Projeto Florescer reforça ações de dignidade menstrual nas escolas de Novo Hamburgo

"A mobilização resultou na implantação do projeto em setembro de 2025 e abriu caminho para sua expansão, alcançando estudantes de outras quatro escolas da rede municipal", destacou Ico da tribuna da Câmara. No primeiro ciclo, 115 estudantes da Salgado Filho participaram de rodas de conversa orientadas por profissionais de saúde e educadores, abordando menstruação, puberdade, sintomas físicos e emocionais, higiene e acesso a políticas públicas. O resultado motivou a ampliação da iniciativa para outras três escolas de Novo Hamburgo. Na Escola Municipal de educação Básica  (Emeb) Eugênio Nelson Ritzel foram 90 estudantes beneficiados. Na Emeb Arnaldo Grin, 123 estudantes; e na Francisco Xavier Kunst, 100.  

As alunas Emely Mattos e Bianca Benedetto também usaram a tribuna para contar como a iniciativa começou. Elas relataram que a ideia surgiu do desejo de disponibilizar absorventes nos banheiros da escola e que, por já haver vínculo familiar com a Mili, foi possível estabelecer o contato com Alexandre Held e transformar a proposta em projeto. “Atingimos o nosso objetivo e estamos muito felizes de ajudar as meninas carentes”, afirmaram. As estudantes ainda lembraram que os kits entregues incluíram cinco produtos: absorventes, sabonete, lenço íntimo, lenço umedecido e cotonete.

Durante a apresentação, Alexandre Held destacou que o Projeto Florescer integra as ações de responsabilidade social da Mili. Segundo ele, o material trabalhado nas escolas aborda temas como higiene, cuidado com o corpo, empatia, respeito e construção de autoestima. Em Novo Hamburgo, o projeto recebeu boa acolhida por dialogar com demandas presentes no cotidiano escolar e na formação integral dos estudantes. Os conteúdos são organizados de forma diferenciada para meninas e para meninos e são desenvolvidos em sala por meio de rodas de conversa, dinâmicas e atividades conduzidas por uma enfermeira disponibilizada pela secretaria municipal de Saúde e pelos educadores.

Held deu especial ênfase à dignidade menstrual. Ele lembrou que, no Brasil, milhões de meninas ainda não têm acesso regular a absorventes e itens básicos de higiene, o que as leva a utilizar alternativas inadequadas e pouco seguras, como pedaços de pano, papel e até miolo de pão, além de provocar evasão escolar. Segundo dados citados pelo gerente, uma em cada quatro jovens já deixou de frequentar aulas por não ter condições de adquirir absorventes. Nesse contexto, o Florescer busca informar, orientar e garantir acesso. Ele também mencionou o papel do Programa Farmácia Popular, que oferece absorventes gratuitamente mediante cadastro, reforçando a importância de ampliar o conhecimento sobre esse direito. O coordenador de vendas da Mili, José Ribeiro Júnior, também acompanhou a apresentação do projeto.

Reconhecimento dos vereadores

Os parlamentares destacaram o caráter social do projeto e o protagonismo das estudantes.

Ito Luciano (Podemos) citou a Lei nº 3.306/2021, criada a partir de projeto do então vereador Raizer Ferreira, que institui o Programa de Fornecimento de Absorventes Higiênicos nas escolas públicas municipais do Município de Novo Hamburgo. O parlamentar cobrou que as leis aprovadas sejam cumpridas. Além disso, parabenizou a empresa e as estudantes pela iniciativa.

Deza Guerreiro (PP) agradeceu às equipes envolvidas, as alunas por terem abraçado a causa da dignidade menstrual e ressaltou o impacto direto na vida das meninas atendidas.

Éliton Ávila (Podemos) agradeceu à empresa, às idealizadoras e às famílias pelo envolvimento. Ele ressaltou que “os discursos encantam, mas são as atitudes que fazem a diferença”, destacando o impacto do projeto, que já alcançou mais de 430 meninas da rede municipal. Para o parlamentar, a iniciativa merece ser replicada em outras escolas.

Professora Luciana Martins (PT) parabenizou a Mili pela responsabilidade social demonstrada e também lembrou a Lei Municipal nº 3.306/2021, que garante às estudantes da rede o direito à dignidade menstrual. Ela também destacou a existência do programa federal que permite o acesso gratuito a absorventes pelo Farmácia Popular para pessoas de 10 a 49 anos, reforçando a importância de ampliar a divulgação desse direito. A vereadora observou que se trata de um desafio nacional e que, mesmo no século 21, ainda há muito a avançar no enfrentamento da pobreza menstrual.

Juliano Souto (PL) saudou e agradeceu a equipe pelo trabalho brilhante, afirmando ser um motivo de orgulho para a cidade ter sido escolhida para a parceria. Pediu que o reconhecimento da Câmara seja levado aos responsáveis pela empresa e destacou a importância do Florescer para as meninas atendidas. O vereador desejou prosperidade e continuidade ao projeto.

Ricardo Ritter – Ica (MDB) reconheceu o gesto de solidariedade da empresa e do vereador na condução da iniciativa, destacando o compromisso da Mili com causas sociais. Parabenizou as estudantes idealizadoras e lembrou que o tema já havia sido debatido na Casa, quando o vereador Raizer apresentou projeto semelhante, aprovado pelos parlamentares. Ica defendeu que a legislação relacionada ao tema seja retomada e efetivada.

Giovani Caju (PP) destacou o papel da iniciativa privada em ações de cuidado social, afirmando que o projeto leva acolhimento a quem mais precisa. Parabenizou as estudantes pela sensibilidade em pensar nas colegas e pediu que fossem estendidos seus cumprimentos à empresa, que completa quatro décadas de atuação.

Joelson de Araújo (Republicanos) parabenizou todos os envolvidos, ressaltando que a ação tem impacto direto na vida das comunidades, especialmente em regiões periféricas, onde as dificuldades de acesso à higiene básica são mais evidentes. Ele afirmou que o projeto contribui para reduzir essas desigualdades e declarou que a cidade está de portas abertas para futuras parcerias e iniciativas da empresa Mili.

O presidente da Casa, Cristiano Coller (PP), também elogiou a iniciativa e reforçou a necessidade de ampliar a divulgação sobre o acesso gratuito a absorventes pelo Programa Farmácia Popular, sugerindo que diretores e professores orientem as estudantes nas escolas sobre como realizar o cadastro.