Projeto aprovado determina instalação de cisternas em novas edificações

por Tatiane Souza última modificação 19/10/2020 23h32
19/10/2020 – A Câmara de Novo Hamburgo aprovou por unanimidade nesta segunda-feira, 19, em primeira votação, projeto de lei que estabelece um programa de captação de águas pluviais no município. Na prática, a proposta do vereador Enio Brizola (PT) determina que novas residências com área construída igual ou superior a 200 metros quadrados sejam equipadas de cisternas, recebendo a água da chuva a partir de canalizações conectadas aos telhados, coberturas ou terraços. A obrigação também se aplica a empreendimentos multifamiliares e demais imóveis não residenciais com área construída igual ou superior a 300 metros quadrados. A matéria deve ser novamente apreciada nesta quarta-feira, dia 21.
Projeto aprovado determina instalação de cisternas em novas edificações

Foto: Daniele Souza/CMNH

Além das novas construções, proprietários que desejarem ampliar seus imóveis ultrapassando o limite de metragem previsto pelo PL nº 13/2020 também deverão providenciar a implantação de cisterna. A capacidade mínima de cada reservatório varia de acordo com o tamanho do imóvel. A ideia proposta por Brizola é atrelar a obtenção do alvará de construção e do habite-se à instalação dos mecanismos de armazenamento. O projeto sugere que a água captada seja utilizada para descarga em vasos sanitários, irrigação de jardins, lavagem de veículos e passeios públicos, limpeza de pisos e paredes e abastecimento de piscinas. “Diminui o volume de desperdício de água tratada. É uma contribuição importantíssima que daríamos ao meio ambiente e também ao sistema de drenagem fluvial em nossa cidade”, argumentou o parlamentar. 

O objetivo do autor é despertar a consciência ecológica, fomentar a conservação das águas e a autossuficiência para o abastecimento, evitar a utilização de água potável da rede pública onde ela não é necessária, promover economia e ajudar na contenção de possíveis enchentes. “Podemos afirmar que, no cenário atual de desenvolvimento urbano, temos dois problemas críticos: a escassez de recursos naturais e as inundações ocasionadas pelo aumento das áreas impermeáveis e da deficiência dos sistemas de drenagem urbana. O mau desempenho dos sistemas convencionais de drenagem indica a necessidade de implantação de ações de controle sustentáveis que contribuam para o restabelecimento do equilíbrio hidrológico e minimizem os impactos da urbanização”, defende Brizola. 

Raul Cassel (MDB) ressaltou que o assunto do projeto é extremamente importante, do ponto de vista coletivo e individual. “Também temos de considerar uma correta pavimentação das calçadas para a adequada absorção da água. Devemos discutir este assunto como uma política pública. Meu único apontamento seria no sentido de que o projeto deveria estar direcionado para o Código de Edificações, em vez de constituir uma lei esparsa, porque teria uma condição, no meu entendimento, de prosperar melhor”, disse o vereador. 

Caso o projeto seja aprovado em segundo turno e sancionado pela prefeita Fátima Daudt, a lei proveniente entrará em vigor 90 dias após sua publicação. 

Emenda

Além da matéria, os parlamentares também acolheram emenda apresentada pelo próprio autor que incumbe ao Executivo incentivar a implantação do sistema de captação junto às famílias de baixa renda a partir da disponibilização de serviços técnicos e operacionais para orientar a instalação, manutenção e utilização do mecanismo. A alteração ao texto original será novamente apreciada junto ao projeto na quarta-feira. 

A aprovação em primeiro turno

Na Câmara de Novo Hamburgo, os projetos são sempre apreciados em plenário duas vezes. Um dos objetivos é tornar o processo (que se inicia com a leitura da proposta no Expediente, quando começa sua tramitação) ainda mais transparente. O resultado que vale de fato é o da segunda votação, geralmente realizada na sessão seguinte. Assim, um projeto pode ser aprovado em primeiro turno e rejeitado em segundo – ou vice-versa.

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