Profissional da Saúde faz alerta sobre cobertura vacinal no Dia Nacional da Vacinação
Desde 2015 a cobertura vacinal no Brasil vem diminuindo. Inclusive, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, alertou recentemente sobre o risco do país reintroduzir a poliomielite, uma doença que estava praticamente erradicada no território brasileiro. Essa é uma das situações que se apresentaram após a pandemia do coronavírus.
“Vários municípios, no Brasil todo, acabaram deixando de lado outras vacinas tão importantes quanto os imunizantes da Covid-19, e com isso aumentaram os riscos de introduções de novas doenças que são imunopreviníveis”, disse o profissional da Saúde. Ele faz um alerta que doenças como sarampo, poliomielite, tétano e coqueluche podem sim tornarem-se novamente um problema de saúde pública.
Como exemplo, em 2021, a meta de vacina contra paralisia infantil, que contempla três doses iniciais injetáveis (2, 4 e 6 meses de idade) seguidas de duas doses de gotinhas (15 meses e 4 anos de idade), alcançou 61,78%das crianças em Novo Hamburgo. Neste ano, até o mês de setembro, o índice era de 72,47%.
“Várias doenças foram controladas no mundo como um todo graças às vacinas. Existe uma certa acomodação da nossa comunidade, pois a maior preocupação, nos últimos dois anos, era a Covid, e, claro, todas as ações acabaram sendo voltadas ao controle dessa pandemia, mas, em função de que a poliomelite ainda se faz presente em muitos países asiáticos, uma viagem de avião, por exemplo, pode causar uma reintrodução do vírus em nosso país”, declarou o enfermeiro Edson. Ele faz um alerta: “se não estivermos atentos e alertas a isso, corremos sim o risco de reintroduções de várias doenças, não apenas a poliomielite, que já estavam controladas”.
A Organização Mundial da Saúde emitiu comunicado em agosto deste ano sobre a circulação do vírus da poliomielite em outros países. O último caso de pólio registrado nas Américas ocorreu no Peru em 1991. No Brasil, o último caso confirmado foi na Paraíba em 1989; e no RS, em 1983. O negacionismo e as fake news veiculados pelas redes sociais nos últimos anos também estão entre os fatores que contribuem para baixas coberturas vacinais, gerando recusa vacinal e hesitação em relação aos imunizantes.
Assista à entrevista concedida em setembro pelo enfermeiro Edson Silva ao programa Vitalidade, da TV Câmara NH: