Presidente do Sindicato dos Rodoviários fala sobre greve dos ônibus em NH
“Venho falar aqui do que está acontecendo no transporte rodoviário de Novo Hamburgo. A greve que ocorreu ontem foi causada pela falta de respeito, da ausência de diálogo com a classe dos trabalhadores. Esgotaram todas as negociações porque não houve contraproposta da patronal. A mídia local informou que não colocamos o mínimo de 30% de carros na rua. Acontece que não obrigamos ninguém a parar e nem a trabalhar. Não ocupamos garagens, não fizemos bloqueios. Os trabalhadores estão no limite. Os dissídios da categoria não estão sendo cumpridos pelas empresas, que discutem e rediscutem o que já haviam acordado anteriormente. Reivindicamos também, entre outros pontos, melhores condições de trabalho. Os ônibus estão deteriorados, os passageiros sabem disso, pois também sofrem com essa precarização diariamente. Pedimos que esta Casa nos ajude a esclarecer os verdadeiros fatos que nos fazem chegar a esta situação-limite em que nos encontramos”, destacou o presidente Lauri.
A decisão de acabar com a paralisação foi tomada ainda na noite de terça-feira, em assembleia ocorrida no sindicato dos rodoviários. Em votação, os trabalhadores definiram uma pausa de pelo menos seis dias, a contar a partir de hoje. Lauri Finotti disse que na próxima segunda, dia 6, às 20h, haverá nova reunião para avaliar a volta da paralisação.
“Quero saudar a tua liderança, Lauri, e toda a classe por uma paralisação que teve grande adesão. Preocupa-nos tudo que está ocorrendo com o transporte público de Novo Hamburgo. Temos tratado desse assunto nas comissões permanentes desta Casa. É grave a escalada na retirada de direitos, que afeta todas as categorias de trabalhadores em nosso país. E nos causa aflição também a instabilidade no setor, principalmente com reação ao atraso na licitação do trasporte público. Essa demora passa um sinal negativo à cidade, e as empresas podem estar precarizando os serviços, pois podem ficar de fora da concorrência. Reforço que estamos sempre lutando para que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados", relatou Enio Brizola (PT).
“Tenho enorme admiração pela categoria e pelo sindicato, do qual fui presidente. Coloquei meu nome à disposição para auxiliar no que fosse possível para ajudar nas discussões da greve", disse Sergio Hanich (MDB).
“Lemos em matérias dos jornais desde o ano passado sobre o atraso na publicação do edital da licitação no transporte público da nossa cidade. Vi ontem, quando fui acompanhar desde o início do dia a greve dos rodoviários, trabalhadores desmotivados, entristecidos por não se verem como parte da empresa que trabalham. Sei que a população está sendo afetada, mas essa mesma população é solidária ao que está acontecendo", declarou Patricia Beck (PPS).
Os vereadores defenderam convocar todos envolvidos nas discussões sobre a greve, para deliberarem sobre o tema nas comissões permanentes da Casa. Também irão debater o atraso na licitação do transporte público na cidade.