Palestra para público interno aborda habilidades humanas nas relações profissionais
Doutor em História e docente da Faculdade Instituição Evangélica Novo Hamburgo (IENH) na área de antropologia social, Cerveira apresentou o conceito de Mundo 4.0, no qual produtos e informações chegam às residências familiares e, imperceptivelmente, alteram comportamentos. “Não podemos mais medir quanto tempo as pessoas ficam conectadas, elas estão o tempo inteiro ligadas à internet. A nossa vida mudou, e estamos, querendo ou não, contribuindo para o Mundo 4.0”, apontou.
Em meio a esse universo que, por vezes, torna-se automatizado, ele ressaltou a importância das soft skills nas relações interpessoais. “Essas 'habilidades suaves' são o que temos
de mais humano, estão ligadas a como lidamos com nossas emoções. Elas se opõem às hard skills, que são as habilidades técnicas, mais fáceis de medir, pesar e controlar. Mas pesquisadores estão dizendo que o que temos de melhor são nossas emoções, treinadas e orientadas”, frisou.
Cerveira dividiu as soft skills em quatro características principais: a capacidade de comunicação, desenvolvendo formas diferentes de provocar reações e obter resultados; a flexibilidade, tornando menos rígida a maneira como lidamos com as pessoas, diminuindo níveis de estresse, melhorando a qualidade de vida e evitando perdas de relações; o respeito às diferenças, não deixando nos mobilizar por sentimentos como o ódio; e o pensamento estratégico, estabelecendo objetivos e traçando os caminhos mais eficazes para atingi-los. “Podemos não estar felizes no nosso emprego, mas precisamos fazer dele o melhor possível e nos prepararmos para o próximo”, exemplificou.
“Somos seres muito complexos, e esses gatilhos emocionais nos afetam. Precisamos identificar nossos pontos fracos para que as pessoas não os utilizem contra nós”, alertou o professor, que enfatizou ainda o emprego da solidariedade e reciprocidade nos relacionamentos sociais. Cerveira finalizou sua exposição falando sobre a dificuldade de alterar estruturas de pensamento e visão de mundo, o que costuma ser um processo lento. “Mudo a forma de pensar quando compreendo que aquela atitude não está me beneficiando, quando entendo que ela me prejudica de maneira global, não apenas pontual”, concluiu.
Sugestão dos servidores
O presidente da Câmara, Raul Cassel (MDB), lembrou que a proposta da atividade teve sua gênese em pesquisa aplicada junto aos funcionários da Casa, na qual foram levantadas críticas e sugestões sobre o trabalho da Escola. “Queremos capacitar nossos profissionais, gerar uma diversidade nas nossas ideias, apresentar novas tendências. As diferentes formas de tecnologia nos assustam, especialmente dentro da nossa instituição. Por isso pensamos em algo diferente de palestra motivacional”, explicou. O vereador salientou a importância do bom desenvolvimento das relações no trabalho e destacou a influência da vida profissional também no âmbito pessoal. “Cumprir nossas funções da melhor maneira possível permite sermos mais felizes”, completou.