Padre critica posição do Supremo ao realizar audiência pública sobre descriminalização do aborto
“Vim falar sobre o STF querer passar por cima do Legislativo e propor leis. Teremos uma ditadura do Judiciário. Querem discutir o aborto, o que entendo que não deve entrar em pauta", afirmou Mayer, citando o Projeto de Lei n° 4754/16, que tramita na Câmara Federal e que torna crime de responsabilidade dos ministros do STF a usurpação de competência do Legislativo.
Conforme o padre, em audiência pública realizada nesta segunda pelo Supremo, tentaram desqualificar os religiosos presentes justamente a partir de argumentos religiosos. “Como se usa desse expediente no Estado laico?”, indagou.
Para o padre, há interesses internacionais envolvendo a abertura de clínicas de aborto. “A ciência não tem certeza de quando nasce a vida humana, a não ser sua formação na concepção. Está certo uma mãe abortar porque identifica que seu filho é sindrômico?”, questionou.
Em sua exposição, Mayer declarou ainda que o Brasil é conservador na questão do aborto e que é preciso respeitar a vontade popular.
O presidente Felipe Kuhn Braun (PDT) concordou com as afirmações do padre sobre a posição de grande parte da população e sobre a interferência do Supremo em assuntos que competem ao Congresso. “Legislar não compete ao Supremo, que tem passado, de fato, de suas atribuições recentemente”, encerrou o parlamentar.