Oficina auxilia legislativos e entidades a adotarem ações sustentáveis
Doutora em Gestão para Sustentabilidade, Danielle Abud falou sobre a convergência entre gestão e governança e como essa relação impacta a adesão das instituições às políticas ambientais. Ela frisou a relevância de construir o plano ouvindo a demanda de todos os setores envolvidos, para que sua implantação seja viável.
Este ano, a Câmara de Porto Alegre criou seu primeiro Plano de Logística Sustentável. O assistente legislativo Luan Rangel relatou a experiência de pensar o uso consciente de materiais, entre outras metas, e como o documento contribuirá para a adoção de ações no Legislativo da Capital. Mesmo com o texto já publicado, o servidor ressaltou a importância da troca de experiências e dos conhecimentos adquiridos na oficina. Servidores das câmaras de Canoas, Gravataí, Igrejinha e do Centro de Educação Ambiental Ernest Sarlet, de Novo Hamburgo, também estiveram no encontro.
A atividade contou ainda com a participação de integrantes da Cooperativa Univale, responsável por parte da coleta seletiva e pela gestão dos ecopontos de Novo Hamburgo. O trabalho realizado por eles, inclusive, serviu de inspiração para o projeto apresentado pela diretora da Escola do Legislativo hamburguense, Maria Carolina Hagen, na sexta edição da Semana da Avaliação em Escolas de Governo (Saeg), realizada nos dias 14 e 15 de setembro na sede da ONU, na Suíça. A catadora Bruna Vaz destacou a oportunidade de participar da oficina promovida pelo Interlegis, explicando como os cooperativados, além de contribuírem para a redução dos rejeitos enviados para o aterro sanitário, por meio da reutilização e reciclagem de resíduos, podem melhorar a organização do próprio galpão, tornando a entidade ainda mais sustentável.
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O diretor-geral da Câmara de Novo Hamburgo, Flávio Luís Teixeira, explicou que, apesar de ainda não ter um plano formalizado, há no Parlamento uma preocupação constante com o uso consciente de recursos. Recentemente, foi homologada a contratação de empresa para a instalação de painéis solares no Palácio 5 de Abril, o que deverá ocorrer até o final deste ano.
Conforme Danielle Abud, o primeiro passo para a criação de um PLS é a instalação de uma comissão para realizar o trabalho. É necessário também fazer um inventário de bens e materiais e sugerir a redução dos itens comprados pelos órgãos ou a substituição por outros mais sustentáveis. Após a elaboração do plano, as casas devem aprovar projeto de resolução para que se torne uma política pública, com prazo de execução. O Interlegis é parceiro para mentoria das câmaras que quiserem aderir à Rede Legislativo Sustentável.
“Alinhar-se aos objetivos da Agenda 2030 da ONU é pensar um mundo mais sustentável e o que queremos para o nosso futuro, como podemos mudar nossas práticas e nossos processos operacionais para redução do consumo de água e energia, por exemplo. Esses temas convergem para que a gente torne as câmaras mais sustentáveis e para que essas câmaras possam induzir outros órgãos na adoção de práticas que impactam a vida da sociedade como um todo."
Ao final do evento, a instrutora Danielle e a servidora do Senado Bruna Fraga receberam um kit com materiais produzidos pela Univale. Entre eles, uma sacola feita com um banner utilizado em outro evento promovido pelo Interlegis em Novo Hamburgo em 2019.