Moradores da Vila Integração lutam pela permanência de escola ameaçada de fechamento
Rosane relatou que a Prefeitura emitiu um laudo apontando problemas estruturais na escola devido à enchente de maio. “Fomos atingidos duas vezes, em 2013 e agora, em 2024. Mas isso não é motivo para fecharem nossa escola. A comunidade quer que ela continue onde está; nossos alunos precisam estar perto de suas famílias e de suas casas. Não é que não queremos uma escola nova, queremos sim, mas que seja no mesmo lugar”, afirmou a mãe de ex-alunos da instituição, que possui 34 anos de história.
A cidadã mencionou que diversas casas e comércios locais também foram afetados pelas enchentes e lembrou que outras escolas, como as do bairro Santo Afonso, passaram por situação semelhante. “Não invadimos o loteamento; pagamos impostos, bem altos, em contrapartida aos poucos benefícios que temos. Precisamos ser ouvidos e respeitados. Nossa escola é o elo da comunidade, desenvolvendo projetos ambientais e confraternizações que movimentam nosso bairro. Somos esquecidos pelo Poder Público, e se tirarem a escola, estaremos totalmente abandonados. É um descaso saber do fechamento pela imprensa”, desabafou Rosane.
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Carlos de Oliveira, por sua vez, criticou o fato de a decisão ser imposta por pessoas de fora da comunidade. “Estão furtando nossas histórias e raízes”, lamentou.
O vereador Ito Luciano (Podemos) destacou o descaso da Administração ao não consultar a comunidade local. Semilda Tita (PSDB) parabenizou os cidadãos pela coragem de reivindicar seus direitos. “Vocês realizam um trabalho lindo. A identidade da Vila Integração está nessa escola. Temos que lutar juntos”, declarou a parlamentar.
O presidente da Comissão de Educação, Felipe Kuhn Braun (PSDB), que foi aluno da escola, reforçou as críticas à gestão municipal, destacando a falta de melhorias no bairro nos últimos anos, apesar do aumento do IPTU. “A Administração teve oito anos para construir áreas de lazer, como um parque ou uma praça, e para melhorar a pavimentação do loteamento. Solicitamos o laudo técnico e acreditamos que, com vontade política, o fechamento pode ser evitado”, afirmou.
Lourdes Valim (Republicanos) também condenou a atuação do município. “Se a escola for fechada, estarão apagando a história de pessoas que construíram um lugar para promover a educação”, concluiu.
Tribuna Popular
A participação na Tribuna Popular durante a sessão é viabilizada pela Resolução nº 11/1999. A normativa garante o direito à manifestação em plenário de opiniões, críticas e reivindicações. Para ocuparem a Tribuna Popular, as pessoas devem se inscrever junto à Secretaria da Câmara, no terceiro andar do Palácio 5 de Abril, informando o assunto de interesse público que será abordado. Os espaços de fala têm duração de até dez minutos. Novo uso da Tribuna Popular pelo mesmo cidadão só é permitido após transcorridos 60 dias.