Comerciante relata agressão de agente de trânsito ao utilizar celular para registrar acidente
Os registros foram realizados em virtude de gravíssimas colisões, tendo uma delas resultado na morte de um rapaz de 21 anos. Conforme Blauth, há motoristas que transitam pelo trecho recapeado recentemente na avenida Pedro Adams Filho, até a rótula da rua Alvear, com velocidades que atingem 90 km/h, quando o limite é de 40 km/h. Com estabelecimento na avenida, Blauth tem sido testemunha, assim como a vizinhança, de vários acidentes.
Na última sexta-feira, gravou mais uma colisão para cientificar as autoridades sobre o perigo do local. Ele contou que começou a filmar e a narrar o ocorrido, mostrando inclusive que agentes de trânsito estavam presentes. No vídeo, de acordo com Blauth, o guarda sinalizou que o registro não poderia ser feito. Em resposta, teria dito que estava fazendo o seu papel de cidadão. Conforme o comerciante, o agente deu um tapa em seu aparelho telefônico. Na sequência, o guarda teria jogado-o contra um muro e o agredido. O cidadão mostrou para a plateia no Plenário os locais atingidos nas pernas e nos braços. “O meu vídeo está com o meu advogado e será encaminhado à corregedoria. Eu, como contribuinte desta cidade, não merecia passar pelo que passei – humilhado, jogado no chão, algemado e colocado junto na grade com bandidos. Eu não sou bandido. Eu nunca entrei numa delegacia. Quando entrei, ingressei algemado”, desabafou, acrescentando que não queriam deixá-lo fazer corpo de delito.
Blauth afirmou que a cena foi presenciada por várias pessoas que estavam no trecho no momento. Ele informou que o acusaram de desacato. “Não precisava ter passado por isso, não estou generalizando dizendo que todos são assim”, disse, revelando temer ser alvo de algum tipo de represália em virtude da denúncia.
Presente à sessão plenária para falar de outras questões, o secretário municipal de Segurança, Roberto Jungthon, comprometeu-se a averiguar o caso e tomar as providências necessárias, se comprovada a situação relatada. Após a exposição da versão do cidadão, o vereador Enio Brizola (PT) pediu uma cópia da fala para que a Comissão de Direitos Humanos possa apurar excessos e acompanhar o andamento do processo de investigação.