Moção sugere que Estado analise compra direta de vacinas contra a Covid-19
A Moção nº 33/2021 recorda estimativa levantada por comissão da Assembleia Legislativa de que, com base em dados do final de março, o estado levaria um ano e meio para vacinar 70% da população e atingir a chamada imunidade coletiva contra a Covid-19. Uma das recomendações do relatório aprovado pelo colegiado é justamente a assinatura de contratos diretos para a compra de vacinas.
“O problema é a velocidade com que os imunizantes são enviados pelo Governo Federal. O Estado fica dependente do Planalto e do andamento dos contratos com Butantan, Fiocruz e outras farmacêuticas. Enquanto isso, o Rio Grande do Sul segue com crescente número de casos e a consequente superlotação dos leitos de UTI”, lamenta Brizola.
Gerson Peteffi (MDB) destacou que moção está eivada de total vontade de ajudar e trazer a população um combate a esse vírus. “Traz a força e o trabalho jurídico do vereador Brizola e a vontade de fomentar e divulgar essa necessidade da vacinação. Mas preciso ressaltar que a vacina não foi aprovada ainda pela Anvisa. Se ivermectina e outros medicamentos não foram aprovados e caíram no descrédito, a vacina também não preencheu os requisitos necessários e estipulados pelo órgão. Não há o selo de resutibilidade de funcionamento. Voto sim à moção pelo trabalho do vereador, mas lembro que a Sputinik não está liberada pela Anvisa. Eu não me vacinaria com ela”, argumenta o emedebista.
Neste sentido, Enio Brizola destacou que o presidente da Assembleia Legislativa do Estado e outros deputados visitaram a empresa União Química em São Paulo e seus representantes afirmaram que assim que as liberações forem feitas teriam de pronto a possibilidade de entregar 10 milhões de doses da vacina. “Temos de cuidar a politização excessiva. Eu não quero saber de onde vem a vacina, eu quero é me vacinar – primeira e segunda doses. Vários países já usaram a Sputnik. A Argentina utilizou quase que com exclusividade essa alternativa. Precisamos nos desprover do debate político e ideológico e acreditar na ciência. E que a Anvisa acelere as avaliações”, apontou.
Raizer Ferreira (PSDB) falou que, segundo informações do Ministério da Saúde, o pequeno atraso no prazo de aplicação da segunda dose não implicará prejuízo à saúde das pessoas. “Espero que a Anvisa consiga acelerar o processo. E que mais vacinas sejam produzidas. Tem meu apoio pelo trabalho do gabinete”, reforçou o presidente da Casa.
O que é uma moção?
A Câmara se manifesta sobre determinados assuntos – aplaudindo ou repudiando ações, por exemplo – por meio de moções. Esses documentos são apreciados em votação única e, caso sejam aprovados, cópias são enviadas às pessoas envolvidas. Por exemplo, uma moção louvando a apresentação de um projeto determinado no Senado pode ser enviada ao autor da proposição e ao presidente daquela casa legislativa.