Marista destaca a importância social da educação de jovens e adultos

“Conheço a criação do EJA Marista São Marcelino Champagnat desde sua origem na Vila Iguaçu, por pessoas pessoas preocupadas com a baixa escolaridade dos trabalhadores vindo do interior do Estado para trabalhar na indústria calçadista. Um educandário que orgulhosamente chega com um número fantástico de trabalhadores e trabalhadoras formados em seu 26 anos de existência. É um EJA gratuito, de qualidade e presencial, mantido pela Rede Marista. Acho importante destacar que esse modelo de educação já atingiu 700 alunos em suas salas de aula, e esse número vem reduzindo. Por isso, estou engajado no compromisso de divulgar o EJA para que esses números sejam melhorados”, relatou o proponente do convite, Enio Brizola.

Chamado à tribuna, o diretor Carlos Zancan agradeceu pela oportunidade e parceria de longa data com o vereador Brizola. “Para falar do EJA Marista é preciso retomar a nossa história. Nós somos frutos de um sonho, sonho esse que nasceu na França, em 1817. Marcelino Champagnat, o fundador dos Maristas, foi um homem que diante das experiências de vida às quais viveu não ficou parado, ao contrário, teve a coragem de dar as respostas que precisava. De experiências ruins que ele próprio vivenciou em sala de aula e da dificuldade e o não aceso aos estudos de muitos dos seus contemporâneos. A partir dessas vivências, Champagnat decidiu fundar uma congregação religiosa de homens, professores, que pudessem fazer uma educação diferente, baseada no amor. Assim, se deu início às obras Maristas, com atenção especial aos menos favorecidos e se espalhando pelo mundo, chegando ao Brasil em 1887. Hoje, já passaram por nossa escola, nesses 26 anos, mais de 11 mil estudantes e muitas vidas foram transformadas”, destacou Zancan.

A ex-aluna do EJA, Maria Madalena Machado Viana, deus seu depoimento, fazendo um relato de sua história. “Parei de estudar no tempo regulamentar por falta de recursos financeiros, mas guardei dentro de mim a vontade. O tempo passou, criei a minha família, passei por uma separação difícil e, um dia em uma fila de assistência da Capela São Miguel, recebi um folder sobre o EJA. Naquele momento, não pensei em mim, mas nos meus filhos e noras, e entreguei o material a eles, que se interessaram pela ideia. Não tinha ideia de que a filosofia Marista era transformar famílias inteiras. Em um almoço, provocada por um dos meus filhos, que me questionou sobre eu sempre me preocupar com a educação dos outros e não com a minha, fiquei sensibilizada. No momento, não fiquei muito feliz com a abordagem dele, mas acabei entendendo que era preciso retomar o tempo perdido. Ao tomar a decisão de retornar aos estudos, fui muito bem acolhida pela instituição Marista”, testemunhou Maria.

São Marcelino Champagnat

Champagnat foi ordenado padre em 22 de julho de 1816 e nomeado vigário em La Valla. Em 1817, Champagnat formou a “Congregação dos Irmãozinhos de Maria. Anos depois, inaugurou uma escola primária em La Valla. Em 1825, construiu a casa de formação Nossa Senhora de L’Hermitage para aprimoramento da pedagogia, dos princípios e das práticas maristas. Em 1999, São Marcelino Champagnat foi canonizado pelo Papa João Paulo II e se tornou Santo da Igreja Católica e padroeiro da educação e dos professores.