Maio Laranja ajuda famílias a observarem sinais de alerta em casos de abuso sexual contra crianças

por Maíra Kiefer última modificação 21/05/2024 13h54
21/05/2024 – A violência e a exploração sexual de crianças e adolescentes é uma realidade dramática que acontece em todo o Brasil. No Rio Grande do Sul, algumas situações foram descortinadas devido às enchentes. Em abrigos, casos de violação de direitos dos vulneráveis podem, enfim, ser descobertos. A maior visibilidade dessas agressões ocorre justamente no mês que marca a campanha nacional para conscientizar a sociedade sobre os abusos sofridos pela população infantojuvenil brasileira. Para debater as ações do Maio Laranja, cuja data símbolo é 18 de maio, o programa Por Elas, conduzido pela jornalista Tatiane Lopes, entrevistou a defensora pública Deisi Sartori, que por oito anos esteve à frente da área especializada pela infância. A partir do 31 de maio, ela passará a conduzir a Defensoria Especializada em Atendimento à Mulher.
Maio Laranja ajuda famílias a observarem sinais de alerta em casos de abuso sexual contra crianças

Crédito: Maíra Kiefer/CMNH

“A campanha Maio Laranja é importantíssima, é o momento em que mais se fala e se conscientiza sobre isso. E quanto mais difundida a informação, melhor, porque as pessoas podem ficar mais atentas aos sinais das crianças e adolescentes ao seu redor – familiares, vizinhos e comunidade em que se encontram. Coincidentemente, é o mês da Defensoria Pública. O dia do defensor público é 19 de maio. Ela completa 30 anos no Rio Grande do Sul. Cada vez mais a gente busca atuar nessa área de prevenção e de campanhas de informação”, relatou Deisi.

Os números registrados no Brasil escancaram uma terrível realidade. Mais de 31 mil denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes foram feitas ao Disque 100 no ano passado. E esses são apenas os abusos contabilizados. Milhares de outros ficam ocultos, sem que a verdade venha à tona, especialmente porque, muitas vezes, a vítima não compreende ter sido abusada, pela falta de informação sobre o tema ou pelo vínculo com o agressor.

Durante a entrevista, Deisi lembrou que a própria Constituição Federal indica que a defesa do direito da criança e do adolescente é prioridade do Estado. "Em todos os municípios há um defensor público, que vai atender a demandas relacionadas à criança e ao adolescente. E nos centros maiores, a exemplo de Novo Hamburgo, vai haver uma defensoria especializada, da qual sou titular até 30 de maio, me removendo para a Defensoria Especializada em Atendimento à Mulher", acrescentou, enfatizando que, de certa forma, também atende os filhos dessas cidadãs.

Ela explicou que a Defensoria conta ainda com um núcleo especializado de Defesa da Criança e do Adolescente, que fica em Porto Alegre, pensando em ações estratégicas e preventivas para a orientação e educação em direitos, com atuação em escolas para a conscientização de crianças, familiares e profissionais da educação. Segundo ela, a escola é o local em que muitas vezes acaba ocorrendo a proteção dos alunos, pois nela podem ser percebidos os primeiros sinais reveladores da violência.

Denuncie, disque 100!

Confira abaixo a íntegra da entrevista com a defensora Deisi Sartori: