Legislativo homenageia os 170 anos da Comunidade Evangélica de Lomba Grande
Proponente da homenagem, o presidente da Câmara, Felipe Kuhn Braun (PDT), recorreu à história da imigração alemã no Rio Grande do Sul para contextualizar a importância da fundação da Comunidade. “Foram pessoas que saíram de um país, ainda segregado, que vivia grande desigualdade, na esperança e na fé por dias melhores. Já no final do ano de 1824 e início de 1825 chegam a Lomba Grande as primeiras famílias de confissão luterana. Juntas, construíram uma igreja com limitações, mas com tudo o que podiam doar. Um espaço que também funcionava como escola e que foi aumentado ao longo do tempo”, resgatou.
O vereador também recebeu uma caneca com as datas que considera como seus “dois nascimentos”: 10 de julho de 1987, seu nascimento de fato, e 23 de abril de 2018, data que marca o grave acidente de carro que o deixou hospitalizado por nove dias. Felipe lembrou, inclusive, que a solenidade ocorreria justamente na semana em que sofreu o acidente e agradeceu a todas as orações que recebeu. “A esperança é o que nos move enquanto sociedade, mas é a fé que nos fortalece. Por isso deixo meu agradecimento a essa entidade que é tão querida pela sociedade hamburguense e pela população de Lomba Grande”, completou.
O vereador Gerson Peteffi (MDB) reforçou o pioneirismo dos fundadores da Comunidade Evangélica. “Nada de nossa cidade existia há 170 anos, quando os alemães chegaram a Novo Hamburgo e trouxeram, entre outras coisas, sua religião. Não há limites para uma homenagem que se estende a uma comunidade. Os antepassados construíram, mas o presente fortalece. E, no futuro, outras lideranças estarão aqui conduzindo essa grande entidade”, exaltou.
Professor Issur Koch (PP) enalteceu as pessoas que construíram a igreja ao longo de 170 anos. “Agradeço a todos que fizeram parte dessa história, desde quem plantou a semente, passando por aqueles que regaram essa planta e por vocês que agora colhem, vivendo a lição que Martinho Lutero ensinou ao mundo. Preocupa muito essa perda do amor ao próximo, que vocês continuam cultivando. Hoje, não podemos calcular o bem das sementes plantadas ao longo de seus 170 anos, mas sabemos que Novo Hamburgo seria pior sem o trabalho de vocês”, estimou.
O pastor Heitor Meurer convidou o grupo Som da Lomba para a execução de três cantos comunitários e apresentou um pouco sobre as conexões entre a imigração alemã e a Comunidade Evangélica. Meurer coletou imagens que retrataram o início desses quase dois séculos de história. “São fotos que mostram rostos, pessoas e momentos da nossa história, passando pela construção da igreja e da casa pastoral, que também servia como escola durante a semana”, explicou. O presidente da Comunidade Evangélica de Lomba Grande, Elói Roth, recebeu das mãos de Felipe um quadro comemorativo destacando o aniversário da entidade e, emocionado, agradeceu tanto a homenagem dos vereadores quanto a presença de fiéis e de algumas das pessoas que ajudaram a construir os 170 anos de oração, educação e convivência cristã.
Histórico
O início da trajetória da Comunidade Evangélica de Lomba Grande remonta à chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Vale do Sinos. Em busca de um espaço para a manifestação de sua religiosidade, as famílias germânicas que se instalaram onde hoje é o bairro rural de Novo Hamburgo mobilizaram-se para construir seu próprio local para o culto da orientação luterana. Em terreno doado por Alexandre Dickel, inauguraram em 1842 a Igreja de Barro, substituída seis anos mais tarde, no dia 5 de março, pela primeira igreja de pedra. Essa é a data que marca, de fato, o nascimento da Comunidade Evangélica.
De construção simples, sem torres, sinos ou órgão, o prédio foi reformado aos poucos a partir de doações de seus membros. Vitrais coloridos foram instalados. Da Alemanha vieram o órgão de tubos e o sino, que, mais tarde, em 1894, integrou a estrutura da primeira torre. Em 1911, o antigo prédio deu lugar à atual igreja, situada na estrada Martin Luther, 600.