Estudantes premiadas no Cientista Jovem em 2018 buscam apoio para expor projeto na Bélgica
As estudantes iniciaram a fala agradecendo pela oportunidade de participar da Milset Brasil, proporcionada pela Câmara por meio do Prêmio Cientista Jovem de Novo Hamburgo, no qual foram agraciadas na Mostratec do ano passado. O projeto ficou em primeiro lugar na categoria Medicina e Saúde na Mostra Brasileira e Internacional de Ciência e Tecnologia, promovida pela Fundação Liberato. Como a feira internacional acontece somente no próximo ano, as estudantes pretendem posteriormente criar uma vaquinha eletrônica para a arrecadação de recursos.
Rodriane explicou que a ideia surgiu ao observarem que cada vez mais jovens e idosos estão tendo problemas na coluna, especialmente por realizarem atividades cotidianas com uma postura inadequada. “Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 80% da população sofre algum incômodo na coluna ao longo da vida. Além disso, dados do Instituto Mineiro de Ortopedia e Traumatologia nos dizem que em 85% dos casos não há motivo específico. O que nos fez perceber a importância de criar um dispositivo que seja capaz de retardar ou inibir o problema no seu estágio Inicial. Conversamos também com o ortopedista e traumatologista Flávio Brancher, aqui de Novo Hamburgo. Ele nos relarou que a cinta poderia ser utilizada também em casos de pós-operatório de cirurgia de correção na coluna, porque muitas vezes as pessoas fazem a cirurgia, não se policiam, e acabam tendo que fazer novamente.”
Além da cinta, foi desenvolvido um aplicativo para smartphones, o qual auxilia os usuários enviando dicas de como melhorar a postura em diferentes atividades do cotidiano e também acompanha em tempo real qual o ângulo que ele se encontra naquele momento. “Esse ângulo é considerado correto ou incorreto tanto nos eixos anterior e posterior quantos eixos laterais. A cinta alerta por meio de um sinal vibratório quando essa postura está inadequada e só para de vibrar quando o indivíduo retorna novamente por uma postura correta.”
Larissa contou que o projeto iniciou em março de 2018 com embasamento bibliográfico sobre a coluna vertebral. As pesquisadoras conversaram também com a fisioterapeuta Carolina Marczalek Reolon para verificar a viabilidade da ideia e, assim, dar continuidade ao trabalho. Após desenvolverem o aplicativo, as estudantes fizeram o protótipo da cinta. Os testes foram feitos com profissionais da CliniFisio, de São Leopoldo. “Depois dos testes, aplicamos um questionário para verificar o nível de satisfação dos usuários. Cada fisioterapeuta utilizou a cinta por cerca de 20 minutos e continuou fazendo suas atividades normalmente. Todos disseram que ela cumpriu os objetivos de detectar e alertar no momento da postura incorreta.” As jovens relataram ter escolhido fazer o teste com fisioterapeutas por eles terem uma noção melhor do que seria de fato uma postura correta.
Após a participação na Milset Brasil, as jovens buscam apoio para a participação na Expo-Sciences Milset International, que acontece em março do ano que vem em Bruxelas, na Bélgica. “O objetivo principal é apresentar o nosso projeto e agradecer todo o apoio à educação e incentivo à ciência e à tecnologia. Buscamos também investimento para que possamos continuar essa jornada, para que nossa pesquisa se transforme em um produto comercial de fato para ajudar as pessoas a melhorarem suas posturas e a não desenvolver problemas de coluna, cada vez mais frequentes no nosso dia a dia”, pontuou Larissa.
O presidente da Comissão de Educação da Casa, vereador Felipe Kuhn Brau (PDT), lembrou da aprovação do prêmio concedido pela Câmara durante seu mandato como chefe do Legislativo. Felipe destacou também o espaço na tribuna e a visibilidade por meio da TV Câmara e demais meio de comunicação da Câmara.
O presidente do Legislativo, vereador Raul Cassel (MDB), enalteceu o trabalho das estudantes e pediu que elas fizessem uma demonstração do dispositivo. Larissa mostrou o funcionamento da cinta, com o alerta que ela faz ao usuário, bem como do aplicativo, enfatizando que o programa guarda um histórico das posturas adotadas por quem a utiliza. Cassel, que atua também como médico, acredita que o programa pode auxiliar os profissionais da saúde para uma melhor avaliação dos pacientes. Por fim, o vereador parabenizou as alunas e também a Fundação Liberato pelo incentivo à pesquisa. “Acredito que os jovens brasileiros têm toda a capacidade de desenvolver tecnologias que possam fazer do Brasil um país mais desenvolvido", finalizou.