Estudantes aprendem sobre a história do voto eletrônico, segurança das urnas e fake news em palestra do TRE
Com experiência de 20 anos em sala de aula, o professor de História Ederson Rosa trouxe quatro turmas de 1° ano para acompanharem os painéis ministrados pelo coordenador do Núcleo de Inovação e Projetos do TRE, Rafael Ravazolo, e pelo jornalista e técnico judiciário Jônatas da Costa. Essa é a segunda vez que o educador comparece ao Legislativo com seus estudantes no intuito de dar ferramentas melhores de compreensão sobre a dinâmica da eleição.
Na abertura do evento, a diretora da Escola do Legislativo, Maria Carolina Seitenfus Hagen, explicou que essas atividades de formação e orientação, providas pelos três órgãos, são voltadas tanto aos futuros eleitores quanto para as próprias equipes da Justiça Eleitoral.
No painel Democracia e o Voto, Ravazolo esclareceu que a palavra democracia é formada por dois vocábulos gregos, demos e kratos, que significam povo e poder, respectivamente. Ele acrescentou que os três princípios que norteiam o regime político conhecido desde a Grécia Antiga são igualdade, liberdade e maioria. Embora em seu próprio nome englobe termo equivalente à população, ela não estava incluída em sua totalidade no processo eleitoral, lembrou. Entre os excluídos estavam mulheres e pessoas com poder aquisitivo menor. Fazendo um exercício com os alunos presentes, pediu que só os meninos se levantassem de suas cadeiras. Em minoria, ali naquela simulação, os estudantes representaram quem até 1932 tinha direito ao voto. Somente no ano seguinte, as mulheres brasileiras puderam votar e ser votadas pela primeira vez.
Diante da plateia de jovens que já poderiam iniciar o exercício da cidadania, Ravazolo questionou quem havia feito o título eleitoral. Nenhum estudante tinha se cadastrado ainda para votar no próximo pleito. Ezequiel Paiva, de 16 anos, considera-se despreparado para escolher alguém que o represente e acredita que terá mais maturidade aos 18 anos, quando se torna obrigatória a participação na votação.
Sobre os avanços trazidos pelo voto eletrônico, iniciada em 1996, o palestrante elencou diversos exemplos de como era fácil acontecerem erros no processo eleitoral quando ele se dava por meio de cédulas de papel e que, atualmente, por mais que informações infundadas levantem questionamentos sobre a segurança, em nenhum pleito após adoção do processo eletrônico foi verificado fraude. O servidor destacou que a urna não tem rede, nem internet, por isso não há como acontecer ataques hackers. Rafael ainda falou sobre outros processos de segurança que garantem que “voto dado é voto contado”, sendo todo o processo auditado e, em caso de denúncia, investigado pela Polícia Federal.
Doutorando em Comunicação na UFRGS, Jônatas atuou na assessoria de comunicação do TRE por 14 anos. Ao falar sobre Fake News e desinformação, trouxe uma série de exemplos de postagens para os adolescentes, questionando-os se eram verdadeiras ou falsas. Para que não sejam vítimas e disseminadores de boatos ou até mesmo de deepfakes, técnica que permite usar o rosto de uma pessoa em fotos ou vídeos alterados, o profissional elencou sete pontos importantes a se considerar antes de aceitar algo como verdade: considere a fonte; verifique os autores; leia além do título; cheque a data; veja se não é piada; questione seus vieses; e consulte especialistas. “Não acredite em tudo que você vê na internet. Vamos desconfiar”, fez um apelo aos jovens.
Votação simulada nas urnas eletrônicas
No final da ação, os jovens participaram de uma demonstração e simulação de eleições com urnas eletrônicas oficiais.
Assista às palestras na íntegra:
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