Entrega do Prêmio Sebastião Flores ocorrerá no dia 22
A atividade foi proposta por meio do Requerimento n° 1.308/2018, assinado pela Mesa Diretora. Criada em 2013, ano em que ocorreu sua primeira edição, a distinção é outorgada a pessoas ou entidades que se destacaram por sua atuação em defesa dos direitos dos negros e no combate ao racismo na cidade de Novo Hamburgo. Os premiados este ano serão Graziela Pires da Silva (na categoria Cultura), Margarida Marília da Silva (Personalidade Negra), Masse Tidjane Mbengue (Ação Social) e Rosane Dutra (Trabalho).
As sugestões, apresentadas até o dia 30 de agosto, foram avaliadas por representantes da Câmara de Novo Hamburgo, Coordenadoria de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial e Secretarias de Cultura, Educação e Esporte e Lazer.
Conheça um pouco a biografia dos homenageados:
Graziela Pires da Silva (categoria Cultura)
Formada em magistério pelo Colégio Santa Catarina e cursando musicoterapia pela Faculdades EST, com extensão pela UFRGS e pela Roehamptom University, em Londres, Graziela Pires da Silva dedicou grande parte de sua trajetória acadêmica e profissional à música. De 2009 até 2016, trabalhou como regente dos Coros Municipais – Escola de Arte-Educação, de Campo Bom. Em paralelo ao seu atual trabalho na Secretaria de Cultura campo-bonense, ela comanda como vocalista a banda 50 Tons de Pretas.
Além de sua ligação com a arte, Graziela também se destacou por contribuições nas áreas social e de defesa dos direitos humanos, sendo vencedora do prêmio Oliveira Silveira – Ações Afirmativas (UFRGS) em 2015. No mesmo ano, foi uma das pesquisadoras convidadas a representar a região sul na criação do relatório sobre Intolerância Religiosa para o Ministério dos Direitos Humanos e da Igualdade Racial, em Brasília. Em 2018, foi contemplada com um edital do Fundo de Apoio à Cultura – Pró-Cultura para realizar o primeiro musical estrelado por crianças com autismo do Rio Grande do Sul, em parceria com a musicoterapeuta Ana Carolina Steinkopf.
Margarida Marília da Silva (categoria Personalidade Negra)
Professora da rede municipal de ensino de Novo Hamburgo há 28 anos, Margarida Marília da Silva atua na Escola Municipal de Arte Carlos Alberto de Oliveira – Carlão nos cursos de dança afro-brasileira infantil, infanto-juvenil e adulto. Formou-se em magistério, com habilitação pluridisciplinar para ensino fundamental. É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de Pelotas, com extensão em Procedimentos Didático-Pedagógicos Aplicáveis em História e Cultura Afro-Brasileira pela UFRGS.
Masse Tidjane Mbengue (categoria Ação Social)
Presidente da Associação dos Senegaleses de São Leopoldo e Novo Hamburgo, Masse Tidjane Mbengue vive no Brasil desde janeiro de 2015. Deixou para trás sua família com a qual trabalhava na área de agricultura e criação de animais. No Brasil, atualmente, em paralelo à atividade de confeiteiro, atua como palestrante em escolas, abordando a questão do preconceito racial, desigualdade e desafios vividos pelos imigrantes africanos.
Rosane Dutra (categoria Trabalho)
Natural de Novo Hamburgo, Rosane Dutra atua como auxiliar de disciplina concursada na Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha desde maio de 1989. Entre suas atribuições está manter a ordem dentro do âmbito escolar, atender aos alunos, professores, funcionários, pais e comunidade em geral, além de remanejar turmas, quando necessário. Há mais de 15 anos, vem dedicando-se a uma série de cursos, especialmente na área de pedagogia.
Seu empenho e dedicação se estende também a outros segmentos. Em 2017, recebeu o Certificado de Honorabilidade pelos serviços prestados à Sociedade Cruzeiro do Sul. Formada em ciências jurídicas e sociais pela Unisinos, cursou também por um período ciências contábeis, mas não chegou a concluir.
Conheça a biografia de Sebastião Flores, que deu nome à premiação
Sebastião Flores é considerado uma das figuras mais importantes do carnaval gaúcho. Presidiu a Escola de Samba Protegidos da Princesa Isabel, em Novo Hamburgo, desde a sua fundação, em 1969, até 2008. No ano de 2011, Sebastião morreu vítima de um acidente vascular cerebral.
Além de ser lembrado como figura importante no carnaval, Sebastião Flores era conhecido por sua atuação contra a discriminação racial. “Ele acreditava que as escolas de samba eram os 'quilombos', lugar para instaurar educação, esporte, lazer, arte e cultura”, afirmou Lana Flores, filha de Sebastião.