Câmara entrega primeiro Prêmio Cientista Júnior na Mostratec
Coube à presidente da Casa, Patricia Beck (PPS), e ao presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia (Coedu), Professor Issur Koch (PP), entregarem certificado para os alunos dos dois projetos e um cheque simbólico, indicando o financiamento do Legislativo municipal para hospedagem e passagens aéreas que viabilizem a participação dos cientistas em outra feira nacional. Antes da entrega, a presidente destacou alguns dos objetivos que levaram à efetivação do apoio da Câmara. “Esta é uma feira da ciência, da descoberta e dos sonhos, evidentes no rosto de cada um dos jovens cientistas. Queremos dar condição de continuidade a dois projetos vencedores, garantindo a presença em uma feira em âmbito nacional. Nossas crianças e nossos jovens precisam voltar a sonhar, e através da ciência isso é possível”, explicou.
Em meio a pulos de alegria e satisfação, quatro alunos do 4º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Boa Saúde, responsáveis pela pesquisa “Cadê a planta que estava aqui? Um resgate da flora nativa do bairro Boa Saúde”, e duas alunas do 9° ano da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH), desenvolvedoras da pesquisa “Malefícios do uso prolongado pelo celular”, foram contemplados. Ao todo, a edição deste ano contou com 252 projetos de estudantes de ensino fundamental e 54 de alunos da educação infantil, totalizando mais de mil estudantes de diferentes partes do Brasil e da América Latina, além de 400 professores diretamente envolvidos.
A coordenadora da Mostratec Júnior, Sandra de Oliveira, agradeceu o empenho e o engajamento de toda a comissão responsável pela organização do evento e pela avaliação das pesquisas expostas. “Foram três dias de muito trabalho, mas fizemos tudo com muita alegria para recebê-los da melhor forma possível. E, principalmente, foram três dias de muita troca de experiências e de conhecimento”, afirmou. O diretor-executivo da Fundação Liberato, Léo Weber, revelou que o intuito da instituição é apenas ofertar espaço para a proliferação da veia pesquisadora de crianças e adolescentes. “Tudo o que fazemos é para que vocês tenham a oportunidade de apresentar seus projetos. Desejo que todos tenham muito sucesso e que continuem fazendo pesquisas. A ciência pode mudar o mundo”, pontuou.
A secretária de Educação do Município, Maristela Guasselli, enalteceu a parceria entre Prefeitura e Liberato oportunizando um intercâmbio educacional. “Agradeço podermos participar com a rede municipal de uma feira como esta, integrando um contexto internacional da educação. Vocês certamente chegaram a esta feira devido ao empenho e a dedicação de seus professores. Não percam a curiosidade. A curiosidade faz aprender e, assim, somos eternos aprendizes”, frisou. Além da premiação concedida pela Câmara, outros projetos receberam credenciamento para a participação em feiras em diferentes estados brasileiros e países latino-americanos.
Flora nativa
Os estudantes da EMEF Boa Saúde Arthur Teixeira, Cassiano Rodrigues, Henrique Eckardt e Mariana Fermino, todos com idade entre 9 e 10 anos, foram responsáveis pela elaboração de um estudo aprofundado sobre a flora nativa no bairro que dá nome à escola. Com o intuito de aprofundar os conhecimentos naturais dos alunos e sob a orientação da professora Cristina Reinher, os alunos entrevistaram 61 moradores locais com mais de 30 anos questionando as plantas que costumavam ter contato quando crianças e que já não viam com tanta frequência. A partir dos dados obtidos com a pesquisa, seus integrantes coletaram amostras de plantas, identificaram classificações e projetaram modos de evitar seu desaparecimento. Os resultados foram compartilhados com a comunidade do bairro.
Malefícios do uso do celular
A outra proposta premiada trata dos malefícios do uso prolongado do celular, projeto desenvolvido pelas estudantes da IENH Fernanda Bergonsi e Sophia Blauth da Silva, ambas com 14 anos de idade, orientadas pela professora Rosália de Mello. Para a realização do trabalho, foi aplicado um questionário para 300 jovens entre 11 e 17 anos, estudantes da IENH, e feitas entrevistas com um psicopedagogo, uma psicóloga e um fisioterapeuta. Conforme o estudo, de 11 para 12 anos há um aumento significativo no tempo de permanência no celular, totalizando mais de quatro horas diárias. A partir de 13 anos, todos possuem celular. Dos 14 anos em diante, conforme o levantamento, cerca de 20% dos entrevistados permanecem mais de sete horas ao celular. O grupo concluiu que o uso prolongado do celular prejudica o desenvolvimento físico e mental dos jovens. Eles apontam ainda que estudos científicos aprofundados devem continuar sendo realizados nessa área.
Prêmio Cientista Júnior
Instituído pela Resolução n° 12/2017, o Prêmio Cientista Júnior presta reconhecimento aos dois melhores projetos de escolas hamburguenses na Mostratec Júnior, promovida pela Fundação Liberato. Os premiados, limitados a dois alunos e um professor-orientador por projeto, recebem, além de diploma, hospedagem e passagens aéreas para viabilizar sua participação na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada anualmente na Universidade de São Paulo, ou em evento similar em âmbito nacional.