Diretora da Uergs pede apoio da Câmara para evitar encerramento das atividades da unidade Novo Hamburgo
Ocuparam a tribuna de honra a professora doutora Lúcia Allebrandt da Silva Ries, coordenadora do curso de Bioprocessos e Biotecnologia; a professora mestre Cristiane Cassales Pibernat, coordenadora de laboratório; o professor mestre Émerson Fernandes da Cunha, coordenador do curso superior de Tecnologia em Automação Industrial; Wallace de Ávila Duarte, chefe de Unidade; e Nathalia Freitas Vasco, agente administrativo.
Na tribuna, ela explicou que a instituição desde o princípio estabeleceu parceria com a Fundação Liberato. Segundo a professora, até 2013, a universidade recebia novos alunos nos cursos de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, engenharia em Energia e CST em Automação Industrial. “Em função do objetivo de centralização das atividades em Porto Alegre, os três cursos da área de ciências exatas e engenharia tiveram atualizações em seus currículos e passaram a ter ingresso no referido município”, contou. Ela apontou, ainda, que a unidade de Novo Hamburgo também ofertou programas de formação de docentes, bem como especializações. Conforme a diretora, no ano de 2017, em parceria com a Fundação Liberato, iniciou-se uma edição do curso de pós-graduação em Atendimento Educacional Especializado, conferindo título de especialista a 36 profissionais da educação. Em 2018, em parceria com o município de Novo Hamburgo, ocorreu a oferta do curso de especialização de Docência no Ensino Religioso, o qual conta, segundo ela, com 24 alunos ativos.
“Nossos egressos em Novo Hamburgo são de muito sucesso. Conseguem passar em seleções de mestrado e automaticamente migram para o doutorado. Já conseguimos formar 271 profissionais nesses cursos de graduação, desenvolvemos cerca de 10 projetos de pesquisa e diversos de extensão. Nós temos mais doutores e pós-doutores, ficando somente atrás da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O curso de Engenharia de Energia foi o primeiro do país no segmento. O curso tecnológico de Controle e Automação Industrial foi o primeiro colocado no Brasil, segundo a nota do Exame Nacional do Ensino Superior (Enade). E o curso de engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia possui inúmeras pesquisas e seu caráter inovador pode ser observado em diversos projetos”, apontou.
A diretora aproveitou o momento para mostrar documentário de algumas pesquisas realizadas pela instituição e que estão relacionadas ao meio ambiente. O vereador Nor Boeno (PT) fez alguns questionamentos técnicos sobre o material apresentado.
Andreia relatou os inúmeros problemas enfrentados pela instituição. “Eu acredito em Novo Hamburgo e não podemos aceitar que a Uergs não fique aqui, é uma perda para o Vale dos Sinos”, salientou ao contar que as atividades na cidade só terão abrigo nas instalações da Fundação Liberato até o dia 31 de dezembro. “Precisamos nos reinventar e andar com as próprias pernas. E, por isso, venho pedir hoje o auxílio de vocês, nesta nova jornada, para que possamos buscar alternativas para conseguir e construir nossa própria sede. Somos uma Universidade pública, gratuita e de extrema qualidade. Precisamos lutar pela sua continuidade aqui no Município”, relatou.
Posição dos parlamentares
Enio Brizola disse não conhecer, até então, a instituição e os cursos oferecidos. E lembrou que a Uergs faz parte do coletivo construtor do II Seminário de Desenvolvimento Econômico que será realizado pela Câmara em outubro deste ano. Segundo o parlamentar, a universidade vive a situação dramática porque perdeu um recurso federal de R$ 14 milhões para construção da sua sede por uma não contrapartida do governo do Estado da época no montante de R$ 900 mil. “Temos uma instituição que dialoga com as cadeias produtivas locais, com o meio ambiente e o desenvolvimento econômico. São enormes as possibilidades ofertadas por essa universidade gratuita. Hoje, fiz essa proposição para compartilhar com vocês essa angústia, para que todos saibam da situação da nossa universidade estadual. E convido a todos para que em ações conjuntas possamos viabilizar a sua permanência na nossa cidade”, apontou Brizola.
Felipe Kuhn Braun (PDT), presidente da Comissão de Educação da Casa, destacou a situação brasileira, na qual a educação não é acessível a maior parte da população. "Quando é, é muito cara. Sabemos da importância do ensino e do ensino público. Nós, enquanto grupo, vamos abraçar esta demanda e lutar juntos para que tenhamos êxito”, frisou.
Patricia Beck (sem partido) relatou estar encantada com o trabalho realizado pela instituição, especialmente na área do meio ambiente e nas ações que envolvem o Rio dos Sinos. “Precisávamos montar uma Frente Parlamentar para lutar pela sua permanência em Novo Hamburgo, porque estamos em agosto, mas daqui a pouco já é dezembro. Temos uma preciosidade, um quadro de professores qualificados, os alunos que precisam de oportunidades, esse é o momento de pensarmos o quanto podemos evoluir tendo vocês aqui”, falou.
Nesse sentido, Andreia reiterou que precisam reinventar a unidade de Novo Hamburgo. “Não temos mais ingresso aqui, está tudo centralizado em Porto Alegre. Se for criada essa frente parlamentar, também precisamos repensar como podemos nos tornar verdadeiramente importantes para a cidade e região”, acrescentou a diretora.
Semilda dos Santos - Tita (PP) parabenizou os professores e agradeceu o trabalho realizado pela instituição. A parlamentar disse corroborar com tudo o que os colegas defenderam anteriormente. A vereadora também integra a Comissão de Educação do Legislativo hamburguense.
Raul Cassel (MDB), presidente da Casa, ressaltou que a formação oferecida pela Uergs é muito similar à oferecida pela Fundação Liberato e destacou a importância de uma luta ampliada, dentro do contexto político, para a sua permanência na cidade.
Enio Brizola encerrou o momento disposto a efetuar a criação da frente parlamentar e a levar a pauta ao Parlamento Metropolitano, a Assembleia Legislativa e a outras Câmara na região.