Presidente de organização destaca certificação de qualidade do azeite de oliva
Melillo fez uma explicação sobre a história da oliveiricultura e do azeite, um dos ingredientes mais antigos do mundo. Ele frisou que o azeite é o suco puro e saudável das azeitonas, sem qualquer mistura. Segundo Melillo, para a confecção de um litro de azeite são necessários de 5 a 10 kg do fruto. Ele explicou que há três tipos de azeite: azeite de oliva extravirgem, azeite de oliva virgem/fino e azeite virgem de lampante – que deve ser utilizado somente para uso industrial; não podendo, portanto, servir como alimento. “É um subproduto do azeite de oliva. Realmente preocupante, porque faz muito mal à saúde, um perigo ao ser humano”, explicou.
O presidente explicou que o consumo de azeite de oliva traz muitos benefícios para a saúde e é considerado um remédio ao ser humano, mas as fraudes do produto trazem sérios riscos. “Neste sentido, o Pró Azeite deseja inibir ou acabar com os malfeitores”, enfatizou. Melillo destacou ainda que cerca de 85% do azeite comercializado no Brasil é adulterado. “Viemos para tentar acabar ou impedir essa fraude e para fazer o exame de qualidade antes de o azeite chegar na mesa do consumidor, e não depois, como fazem os demais órgãos reguladores.”
Segundo ele, o brasileiro consome cerca de 400 ml de azeite por ano, um índice considerado baixo. Países como Grécia e Itália, por exemplo, consomem de 20 a 23 litros. “Precisamos incentivar o consumo do azeite extravirgem no Brasil, com segurança e confiança”, disse.
O Pró Azeite está situado em Novo Hamburgo. “Sou um cidadão hamburguense há anos, sempre pesquisei e estudei o assunto, por isso a organização está localizada aqui, em uma cidade neutra.” Os principais estados produtores de azeite de oliva são Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Por outro lado, o Rio Grande do Sul, segundo ele, tem a maior área plantada de oliveiras. Também estão surgindo plantações no Espírito Santo e na Bahia. Ele explicou ainda que a Itália é o maior país importador, exportador e falsificador de azeite de oliva. Mas o país que mais planta oliveiras é a Espanha.
Outro problema são os óleos compostos, que, na maioria das vezes, apresentam uma pequena porcentagem de azeite de oliva misturada a outras impurezas e óleos refinados. Segundo Melillo, um selo de qualidade ajudaria a reconhecer um produto de boa procedência. “O azeite passaria por uma análise sensorial, física e química. Aqui no Brasil, ainda não temos a análise sensorial, somente no Uruguai. Por isso, a ideia é tentar desenvolver um curso que forme profissionais capazes de avaliar a qualidade do azeite. São necessários oito painelistas para certificar que o azeite de oliva é extravirgem”, explicou.
Sergio Hanich (MDB) perguntou se a região do Vale dos Sinos é produtiva ou se apresentaria as características necessárias para ser. Melillo respondeu que já se tem plantações em Gravataí, Canela e Gramado. Serjão indagou também o que a organização quer, efetivamente. O presidente do Pró Azeite explicou que precisam de ajuda moral e financeira para dar prosseguimento aos seus projetos.
Enio Brizola (PT) convidou o grupo para participar de uma reunião da Comissão de Competitividade, Economia, Finanças, Orçamento e Planejamento da Casa para expor melhor o tema.
Pró Azeite
Organização social sem fins lucrativos, o Centro de Tecnologia e Certificação de Azeite foi criado com o intuito de garantir segurança aos consumidores na hora de adquirir produtos como azeites de oliva e óleos vegetais através da concessão de um selo de qualidade, obtido após análises baseadas em padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Saiba mais sobre a instituição em www.proazeite.org.br.