Dia Municipal da Marcha para Jesus permanecerá em abril
“A proposta daria maior prestígio e notoriedade ao evento, atraindo mais participantes e favorecendo com isso, inclusive, a economia municipal, pois reuniria duas despesas em uma só. A troca da data segue uma tendência que já ocorre em vários municípios brasileiros, como São Paulo e Porto Alegre. A Marcha para Jesus acontece em todo o mundo. Não é propriedade ou autoria de nenhuma igreja ou pastor. É um evento cultural que unicamente expressa a fé de uma população”, explicou a autora. Acompanharam o voto da proponente os vereadores Cristiano Coller (PTB), Enio Brizola (PT), Felipe Kuhn Braun (PP), Gustavo Finck (PP) e Inspetor Luz (MDB).
Por outro lado, Darlan Oliveira (PDT), Ito Luciano (PTB), Raizer Ferreira (PSDB), Ricardo Ritter – Ica (PSDB), Tita (PSDB) e Vladi Lourenço (PSDB) mantiveram-se contrários. Coube, portanto, a Gerson Peteffi (MDB) decidir a votação. Em retorno de licença nesta quarta-feira, o emedebista opinou pela rejeição da proposta. Com o placar desfavorável em segundo turno, o Projeto de Lei nº 1/2023 será arquivado.
Raizer Ferreira informou que definiu seu voto após participar de uma reunião com pastores da região. Com o celular em mãos, o vereador leu trecho da ata do encontro. “Aproximadamente 60 pastores presentes se manifestaram contrários a esse projeto. Inclusive solicitaram que houvesse mais datas para evangelizar nossa cidade”, reproduziu. “Não estamos votando contra a Marcha. Pelo contrário. Devemos cobrar efetividade, que as datas sejam usadas para a manifestação da fé”, emendou.
Lourdes questionou o conselho de pastores ser favorável à realização de mais eventos quando, segundo ela, a data não é comemorada em Novo Hamburgo há sete anos. A vereadora também afirmou ter consultado o posicionamento de religiosos em grupo no WhatsApp. “De 60 membros, apenas um se manifestou contra o projeto”, declarou.
Líder do Governo na Câmara, Ica descartou o interesse em entrar em uma “guerra religiosa”, mas reiterou o pedido de voto contrário à matéria. “Estamos atendendo a uma solicitação de pessoas que também estão muito envolvidas com a questão”, justificou. Tita lamentou a falta de um diálogo prévio mais extenso entre a proponente e lideranças religiosas. Lourdes rebateu: “Não houve confusão de pastores. É uma confusão partidária.”
Gustavo Finck usou a tribuna para destacar que a junção das duas celebrações poderia ser benéfica. “Reuniríamos as datas e faríamos uma comemoração bem-feita”, opinou. Enio Brizola lamentou que o evento esteja há tanto tempo sem ser realizado e sugeriu que a Semana da Bíblia também envolva temáticas de combate à intolerância religiosa. “Devemos nutrir o sentido da pacificação entre as religiões. Essa é uma missão maior, creio eu. Mas, se não conseguimos pacificar datas de eventos religiosos, que paz podemos pretender? Acho que deveríamos dialogar mais”, afirmou.