Consepro apresenta ações e pede apoio da Câmara para fortalecer segurança em Novo Hamburgo

por Daniele Silva última modificação 03/09/2025 19h27
03/09/2025 – O vice-presidente do Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública de Novo Hamburgo (Consepro), Cristiano Crippa, participou da sessão desta quarta-feira, 3, para apresentar o trabalho desenvolvido pela entidade. Durante sua manifestação, o dirigente pediu o apoio de vereadores e da população na doação de valores que possam ser revertidos em investimentos para as forças de segurança que atuam na cidade.
Consepro apresenta ações e pede apoio da Câmara para fortalecer segurança em Novo Hamburgo

Foto: Pyetra Trindade/CMNH

Autora do requerimento, Daia Hanich (MDB) disse que o convite foi uma oportunidade de mostrar a relevância da entidade tanto para a segurança quanto para a cidade como um todo. A vereadora, que também atua como policial civil, agradeceu a doação de uma impressora para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), utilizada especialmente para o registro de ocorrências de violência doméstica e estupro de vulnerável.

Fundado em 1980, o Consepro de Novo Hamburgo é uma entidade sem fins lucrativos, constituída por voluntários, com o propósito de ouvir as demandas da comunidade e colaborar para o fortalecimento dos órgãos de segurança pública. A partir de doações e repasses, o conselho capta recursos para a aquisição e entrega de materiais, viaturas e equipamentos fundamentais para o trabalho dos agentes. Também apoia a capacitação dos servidores e promove campanhas de conscientização.

Na tribuna, Crippa elencou o trabalho desenvolvido nos últimos meses: conserto de oito motos da Rocam – Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas; aquisição de equipamentos de proteção individual para os agentes; investimento de R$ 25 mil para a construção de um refeitório no 3º BPM; manutenção do telhado e das calhas da Central de Polícia; aquisição de um drone para a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco); projeto de alteração da sala de operações do Corpo de Bombeiros; e destinação de uma impressora profissional para impressão de PPCIs. O convidado mencionou ainda a participação de 70 agentes em curso de aperfeiçoamento e a parceria com a Fenac para divulgação do trabalho na Feira Loucura por Sapatos.

Conforme o conselheiro, todas essas ações são poucas diante das demandas. “O Consepro é o elo entre o poder público, a comunidade e as forças de segurança, que estão sucateadas em Novo Hamburgo. Precisamos da ajuda desta Casa para captar recursos, independentemente de partido. A segurança pública é dever de todos nós e obrigação do Estado, mas o Estado não está fazendo sua parte. Se nós, pessoas do bem, não nos organizarmos, o município vai perder para o crime organizado”, lamentou Crippa, reforçando que a captação de recursos estaduais via Consepro garante que as ferramentas adquiridas permaneçam na cidade. O vice-presidente admitiu, no entanto, que graças ao comprometimento dos agentes de segurança a criminalidade não aumentou no município, apesar do déficit estrutural e da carência de servidores.

Crippa pediu ainda apoio aos vereadores para execução de uma promessa feita pelo então candidato à Prefeitura Gustavo Finck de um repasse mensal à entidade que, segundo ele, atua de forma transparente e sempre presta contas à sociedade.

Manifestação dos Vereadores

Juliano Souto (PL) lembrou a precariedade dos equipamentos dos policiais frente aos utilizados pelos criminosos. “Estamos juntos ombreando nesta Casa. Conte com meu gabinete e com esta Câmara de Vereadores. Força e honra ao nosso Consepro”, afirmou.

Daia fez um apelo aos colegas para que indiquem emendas parlamentares à entidade no orçamento anual.

Joelson de Araújo (Republicanos) lamentou que o Estado tenha abandonado as instituições de segurança. Questionou ainda como o Consepro poderia auxiliar na redução da população em situação de rua. Cristiano respondeu que as forças de segurança estão monitorando para verificar se existem pessoas com pendências na Justiça. Citou também exemplos de municípios catarinenses que adotam uma atuação mais rigorosa nessa área.

Professora Luciana Martins (PT) reforçou a importância do trabalho realizado pelo Consepro, mas discordou da fala do convidado sobre a população de rua. Segundo ela, não é possível fazer um “CTRL+C / CTRL+V” de realidades diferentes. A parlamentar questionou ainda sobre o valor prometido pelo chefe do Executivo e a possibilidade de os legisladores acompanharem a destinação nas peças orçamentárias. De acordo com Crippa, a promessa é de R$ 10 mil mensais — valor que considera baixo, mas que fará diferença para a composição do caixa da instituição.

Emerson Motora (PP) revelou que seu pai foi militar da Brigada e que a situação hoje é muito diferente da de décadas atrás. Relatou ainda que atuou como instrutor da Guarda Municipal e percebeu o quanto os agentes fazem um trabalho de excelência, mesmo com a falta de recursos.

Enio Brizola (PT) também divergiu sobre a questão da população em situação de rua. Ele lembrou que existem estudos, inclusive da Universidade Feevale, que apontam múltiplos motivos para que os cidadãos estejam nas ruas, e que este não é o principal problema da segurança pública no município.

Ricardo Ritter – Ica (MDB) destacou o quanto a participação do Consepro tem agilizado investimentos nas forças de segurança e reconheceu o trabalho daqueles que estão sempre buscando recursos para melhoria da segurança pública.

Deza Guerreiro (PP) mencionou as inúmeras dificuldades da cidade e reconheceu o trabalho essencial realizado pelos agentes de segurança, mesmo com poucos recursos.

O presidente Cristiano Coller (PP) lembrou de um repasse realizado pela Câmara em 2022, durante sua primeira presidência, mas que acabou não sendo encaminhado pelo Executivo. Parabenizou ainda a atuação do Consepro junto ao Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) e ressaltou a importância da parceria para crianças e jovens do município.

Crippa lembrou que a Câmara indicou, ao todo, o envio de R$ 800 mil ao Consepro, mas que, apesar de acordado previamente, os valores não foram destinados pela administração anterior. 

O dirigente destacou ainda que a entidade também recebe doações de pessoas físicas, que podem ser feitas por PIX (CNPJ 90.831.850/0001-24) ou de forma recorrente. “Juntos somos mais fortes. E onde há segurança, há desenvolvimento”, finalizou.