Manifestações culturais dos povos originários e de ascendência africana são aprovadas como patrimônio da cidade

por Luís Francisco Caselani última modificação 04/03/2024 23h04
04/03/2024 – A Câmara de Novo Hamburgo iniciou nesta segunda-feira, 4, a discussão do Projeto de Lei nº 66/2023. Assinado por Enio Brizola (PT), o texto declara como patrimônios materiais e imateriais da cidade as manifestações culturais e históricas que representam a identidade, o modo de vida e a memória dos povos originários, africanos, afro-brasileiros e outros povos tradicionais. Aprovada por unanimidade em primeiro turno, a proposta retorna à pauta nesta quarta, 6, em votação final.
Manifestações culturais dos povos originários e de ascendência africana são aprovadas como patrimônio da cidade

Foto: Jaime Freitas/CMNH

Instrumento de reconhecimento e valorização, o PL nº 66/2023 busca perpetuar a diversidade cultural, étnica e regional brasileira. Para isso, propõe o tombamento de bens móveis e imóveis; o levantamento, registro, recuperação e restauro de obras, monumentos, documentos, objetos e outros itens de valor histórico e artístico; a conservação de áreas de interesse cultural; e a criação de mecanismos que impeçam a destruição e descaracterização do patrimônio.

Essa valorização não diminui nem deixa de reconhecer as contribuições de outras etnias predominantemente europeias para a definição das identidades locais, mas combate o apagamento das culturas dos povos originários, tradicionais e de matriz africana no âmbito do nosso município. Ações de promoção do seu resgate histórico são necessárias para a efetiva correção de desigualdades socioculturais e econômicas que afetam essas populações até os dias de hoje”, explica Enio Brizola, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara pelo quinto ano consecutivo.

Como exemplos de patrimônio histórico e cultural, a matéria menciona o Carnaval e suas escolas de samba, a capoeira, a Semana da Consciência Negra, os coletivos de hip hop, religiosidades, rituais, monumentos, edificações, sítios históricos e conjuntos urbanos. “Este é um projeto que se origina no movimento negro para ajudar na preservação da memória e no estímulo à criação de políticas públicas, combate ao racismo, promoção de igualdade e respeito aos direitos humanos”, pontuou Brizola.

A aprovação em primeiro turno

Na Câmara de Novo Hamburgo, os projetos são sempre apreciados em plenário duas vezes. Um dos objetivos é tornar o processo (que se inicia com a leitura da proposta no Expediente, quando começa sua tramitação) ainda mais transparente. O resultado que vale de fato é o da segunda votação, geralmente realizada na sessão seguinte. Assim, um projeto pode ser aprovado em primeiro turno e rejeitado em segundo – ou vice-versa.

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