Comitesinos debate instalação de geradora de energia no rio Paranhana
Nassar fez uma apresentação do investimento que a empresa pretende executar no município serrano. Com capacidade de potencial de geração de 2,8 megawatts de energia local, a Central Geradora Hidrelétrica alagará uma área aproximada de quatro hectares do Parque das Laranjeiras, em Canela, com volume total de 187 mil metros cúbicos de água. O investimento anunciado é de R$ 10 milhões. Embora já possua licenças do município onde ficará instalada para iniciar o projeto, a empresa ainda não encaminhou pedido de licença ambiental à Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam) para instalação. Só com essa liberação será possível construir, de fato, a CGH.
“Nossa ideia é contextualizar a construção de uma CGH para além das possíveis consequências aos municípios da região cuja economia tem grande aporte do turismo de aventura, como Três Coroas, conhecida pela prática de rafting. Precisamos de mais subsídios”, informou o presidente do Comitesinos, Adolfo Klein.
Segundo Klein, o objetivo do comitê é lançar um olhar mais amplo sobre a questão, uma vez que qualquer redução de vazão no Rio dos Sinos pode comprometer o abastecimento humano. A entidade também buscará ajuda com seus pares para avaliar possíveis danos que um barramento ou alteração de vazão provocariam na vida aquática local.
“Não somos contra quem quer investir. O que nos cabe, como comitê, é entender o tamanho desse projeto e de que forma ele vai impactar na bacia do Sinos, em especial em Novo Hamburgo e São Leopoldo, onde residem mais de 450 mil pessoas, que dependem de um abastecimento de água confiável para subsistência”, explicou o vereador Sergio Hanich (MDB). Serjão é membro eleito da instituição na gestão 2018-2020, representando a Câmara Municipal de Novo Hamburgo na instância máxima que gerencia a bacia hidrográfica de um dos rios mais importantes do Rio Grande do Sul.
As três operadoras responsáveis pela captação de água na bacia hidrográfica do Rio dos Sinos, Corsan, Semae (São Leopoldo) e Comusa (Novo Hamburgo), e representantes dos arrozeiros – todos com assento na entidade – estavam presentes para juntar subsídios e entender eventuais impactos que uma obra de geração de energia pode apresentar à bacia como um todo.
No início da plenária, realizada na Escola de Gestão e Negócios da Unisinos, foi feita a apresentação de um trabalho de mapeamento de áreas úmidas na várzea do Rio dos Sinos, pelo professor Uwe Schulz, da Unisinos.
* Com informações da Assessoria de Imprensa do Comitesinos
Centrais Geradoras Hidrelétricas
As Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) também são geradoras de energia que utilizam o potencial hidrelétrico para sua produção. A diferença é que as CGHs são ainda menores, tanto em termos de tamanho quanto de potência. De acordo com a classificação da Agência Nacional de Energia Elétrica, esses empreendimentos podem ter o potencial de gerar de 0 até 5 megawatts de energia.
O Brasil conta com 554 unidades de CGHs em operação instaladas em todo seu território, que representam 425.428 quilowatts de potência instalada. Com essa abrangência, essas centrais geram aproximadamente 0,2% do total da matriz energética do país.
Fonte: https://www.abrapch.org.br/pchs/o-que-sao-pchs-e-cghs