Comissão Especial de Políticas Sociais sobre Dependência Química debate ações de trabalho
No início da reunião, o presidente da comissão, Darlan Oliveira, demonstrou preocupação com a população em situação de rua e as vulnerabilidades que enfrentam com relação à drogadição. Ele apresentou dados do Centro de Referência Especializado em Assistência Social para a População em Situação de Rua (Centro Pop/SAS Rua) de Novo Hamburgo, com o número de pessoas atendidas de 2022 até o dia 10 de março deste ano. Ao todo, foram recepcionadas pelo centro mais de 1.200 indivíduos, sendo dois terços de fora do município. Dados nacionais apontam que 35,5% da população em situação de rua do país referem o uso abusivo de álcool ou de outras drogas como a principal motivação para passar a viver e morar na rua, e 28% informam já ter passado por alguma casa ou clínica de recuperação para dependentes químicos. "A partir da análise desses dados, a proposta é sermos agentes de apoio para minimizarmos, o que for possível, essas situações relacionadas à dependência química da população em situação de rua”, relatou Darlan.
Enio Brizola propôs que a comissão converse com profissionais que atuam na assistência a esse grupo grupo. "Precisamos estabelecer uma linha de apoio sobre a situação que envolve a drogadição das pessoas em situação de rua. Vamos ouvir os especialistas para poder propor políticas de enfrentamento à essa chaga social que atinge a todos, pobres e ricos, mas principalmente aos que encontram-se em vulnerabilidade social", disse o parlamentar.
A chefe de gabinete da vereadora Semilda-Tita, Alessandra da Rosa, apresentou aos parlamentares uma pesquisa da Feevale com um censo da população em situação de rua de Novo Hamburgo. O estudo aponta que 70,6% dos participantes vivem nessas condições por problemas familiares. A equipe de trabalho da pesquisa contou com 15 pessoas, entre trabalhadores do Centro Pop, do Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas), professores e estudantes dos cursos de Psicologia, Enfermagem e Jornalismo da Instituição. Foram entrevistadas, de abril a dezembro de 2019, 170 de 215 pessoas que vivem em situação de rua em Novo Hamburgo, sendo 86,5% homens e 13,5% mulheres, com idade média de 39 anos. Segundo os dados, dentre os motivos que levaram essas pessoas a viver na rua estão: problemas familiares (70,6%), álcool e drogas (45,3%), e desemprego (19,4%). A TV Câmara de Novo Hamburgo, no programa Espaço Livre, entrevistou parte da equipe responsável pela pesquisa: a coordenadora da pesquisa e doutora em psicologia social e institucional, professora Carmem Giongo; o acadêmico em psicologia Eduardo Passini e a psicóloga e pós-graduanda em psicanálise e prática clínica Scarleth Nardes. A matéria pode ser conferida abaixo.
Comissões especiais
Previstas pelo artigo 77 do Regimento Interno da Câmara, as comissões especiais do Legislativo hamburguense são constituídas para analisar matérias de relevância, podendo encaminhar a convocação de secretários municipais e diretores de autarquias, bem como promover audiência pública. Os grupos são compostos por no mínimo três membros, observando, sempre que possível, a proporcionalidade partidária. Com prazo determinado de encerramento, as comissões especiais são concluídas com a apresentação de relatório ou projetos de lei, resolução ou decreto legislativo.