Comissão de Saúde debate falta de curativos especiais

O problema foi trazido à comissão em reunião no último dia 17, com a apresentação do caso da paciente Sueli Edinger. Maristela reconheceu a defasagem no número dos materiais, cuja compra foi suspensa no início do ano. O serviço, que era prestado no Centro de Especialidades, agora será realizado na Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH), por meio do Núcleo Especializado de Tratamento e Cuidado com Feridas e Estomas (Nutefe). Essa alteração, segundo Maristela, deve regularizar o problema. “Esses pacientes serão atendidos, passarão por avaliação médica e triagem. Após, eles serão transferidos para suas unidades básicas, onde receberão o acompanhamento, havendo sempre uma intercomunicação entre unidades e Fundação”, explicou.

Missali, que coordenava o atendimento no Centro de Especialidades, já foi cedida ao quadro funcional da FSNH para atuar no novo núcleo. A enfermeira atende hoje 40 pacientes cadastrados, mas conta com outros 52 aguardando primeira consulta, para só então ingressarem no programa. Para isso, porém, ela necessita dos materiais adequados. “As pessoas não querem usar os curativos que podemos ofertar. O meu maior problema é ter alguns materiais estocados, mas que não têm saída, porque os pacientes sabem que não é o ideal para eles”, relatou aos integrantes da Comissão de Saúde, presidente Vladi Lourenço (PP), relator Enfermeiro Vilmar (PDT) e secretário Gabriel Chassot (Rede), e ao vereador Sergio Hanich (PMDB), que acompanhou a reunião.

Fluxograma de trabalho

Os pacientes serão encaminhados ao Nutefe mediante referência das unidades básicas. Os usuários serão acolhidos e avaliados no núcleo pelo enfermeiro especialista, e, conforme a necessidade, serão agendadas consultas com demais membros da equipe, que envolve cirurgião plástico, cirurgião vascular, nutricionista e psicólogo. Feito o atendimento, o paciente volta à sua unidade de origem a partir do processo de contrarreferência, com prescrição e data para retorno. A ideia é que a criação do Nutefe proporcione uma assistência qualificada e humanizada, diminuindo gastos e otimizando o tempo de tratamento.

Direito à realização de cesariana

A Comissão de Saúde também analisou, durante a reunião, o Projeto de Lei nº 77/2017, assinado em coautoria pelos vereadores Enfermeiro Vilmar e Patricia Beck (PPS), que garante autonomia às gestantes, em situações eletivas, para optar pela realização de cesariana. O texto prevê que, antes de tomarem a decisão, porém, elas devem ser informadas de maneira pormenorizada sobre benefícios, prejuízos e características dos partos vaginal e por cesárea. Além disso, para garantir a segurança do bebê, a cesariana só poderá ser realizada a partir da 39ª semana de gestação.

Os vereadores assinaram parecer favorável à continuidade do trâmite do projeto. Mesma decisão tomou a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Defesa do Consumidor (Codir), integrada pelos vereadores Fernando Lourenço (SD – presidente), Enfermeiro Vilmar (relator) e Professor Issur Koch (PP – secretário), também em reunião nesta segunda-feira.

O que são as comissões?

A Câmara conta com oito comissões permanentes, cada uma composta por três vereadores. Essas comissões analisam as proposições que tramitam pelo Legislativo. Também promovem estudos, pesquisas e investigações sobre temas de interesse público. A Lei Orgânica Municipal assegura aos representantes de entidades da sociedade civil o direito de participar das reuniões das comissões da Casa, podendo questionar seus integrantes.