Comissão de Saúde busca solução para queixas da UPA Centro

por Maíra Kiefer última modificação 29/03/2023 12h58
29/03/2023 – Pacientes que buscam a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Centro têm recorrido à Comissão de Saúde da Câmara para reportar esperas que se estendem por horas até o encaminhamento ao médico. Para compreender a situação e buscar soluções, o presidente do colegiado, Raizer Ferreira (PSDB), e a relatora Semilda – Tita (PSDB) ouviram na tarde de segunda-feira, 27, o coordenador médico da unidade, João Paulo Bedin. Integrante do grupo parlamentar, o secretário Vladi Lourenço (PSDB) não pôde comparecer à reunião.
Comissão de Saúde busca solução para queixas da UPA Centro

Crédito: Maíra Kiefer/CMNH

Como é sabido por vocês, existe uma classificação de risco. Mais de 85% das nossas fichas são azuis e verdes. Infelizmente, essa demanda relatada de pacientes que não são graves e, de fato, não deveriam estar na UPA atrasa os atendimentos que são mais urgentes”, informou Bedin.

O coordenador acrescentou que o mais recomendado para alguns desses cidadãos seria se dirigir à Unidade Básica de Saúde (UBS) de seu bairro. Segundo o relato do profissional, alguns deles se deslocam até a UPA para troca de receitas e também para fazer exames que acreditam só serem indicados na UPA, como o caso de tomografias. “Eles têm essa percepção de que a UPA resolve e a UBS não”, diagnosticou.

Ao analisar os períodos mais críticos ao longo da semana, o coordenador informou que a segunda-feira tem sido mais delicada em virtude do maior número de pacientes e da perda de dois profissionais. Com isso, restou apenas um plantonista na escala do dia, sendo necessário recorrer a médicos de empresas terceirizadas.

Há quase duas décadas trabalhando para o Município e com oito anos de experiência na coordenação, Bedin acredita que a presença de um quarto clínico poderia ser uma solução para a segunda-feira. “Mas, por outro lado, não temos médico nem para a escala de três. A Fundação de Saúde está com processo seletivo aberto”, comentou o profissional, lembrando que alguns são chamados e desistem, mesmo que a maioria dos atendimentos sejam de casos menos severos.

Tanto Raizer quanto Tita sinalizaram que o acolhimento, na chegada dos enfermos, é um dos momentos mais importantes e para o qual deveria haver um olhar atento. Bedin disse que reforçará a orientação de uma nova triagem para averiguação de pressão e de outros sinais para pessoas que não apresentem quadro grave, mas que estejam à espera já há algum tempo. “Na verdade, por vezes, a pessoa não está tão mal, mas fica de estar acompanhando tudo ali”, comentou Tita.

Bedin afirmou que há uma recomendação de atendimento da Organização Mundial de Saúde e do Conselho Regional de Medicina de cerca de quatro pacientes por hora. Se isso for feito, de acordo com o coordenador, dificilmente haverá acúmulo ou esperas mais prolongas na maioria dos dias.