Comam verifica obra da ETE Luiz Rau e programa novas visitas até conclusão em outubro de 2026
Eles e o gerente das Comissões da Câmara, Júlio Cezar Soares, foram recebidos pelo diretor técnico da Comusa, Neri Chilanti; pelo diretor administrativo-financeiro, Emílio Kerber; pelo chefe de gabinete da Comusa, Cléo Lelis Pereira; pela coordenadora de obras, Daiane Fernandes; e por uma equipe da empresa executora da obra, MGM Serviços Técnicos.
“Estabelecemos um prazo para outubro de 2026 para colocar em funcionamento”, projetou Chilanti, amparado pelo engenheiro civil responsável pela obra, Juliano Ferrari, e pelo diretor de operações, Alex Fiuza.
Sobre a meta estabelecida pela legislação, que se encerra em oito anos, o diretor técnico acredita que será alcançada com a conclusão da segunda etapa do projeto para ampliar o tratamento de esgoto na cidade, que contempla o Arroio Pampa. Ele não descartou a realização de parcerias público privadas para executá-la.
"Nós temos uma linha de financiamento aprovada para fazer os interceptores do Arroio Pampa, na Caixa Econômica federal. Só que quando a gente sentou lá, nós vimos o que temos de obras para terminar: a ETE, a linha de recalque, a elevatória, a estação de tratamento de água, ampliada e não concluída, e principalmente, a adutora de água bruta. Fizemos um estudo de valores e não temos os recursos para tocar tudo ao mesmo tempo. O prazo para concluir esses trabalhos iniciados deve ser de dois anos. E depois vamos nos focar no Pampa", acrescentou.
Os vereadores se comprometeram a realizar novas vistorias para acompanhar o andamento dos trabalhos. Ferrari destacou a importância de o grupo parlamentar estar presente a cada seis meses.
O presidente da Comam avaliou que os transtornos enfrentados pelos moradores da região podem ser comparados aos vivenciados durante a extensão da linha da Trensurb, cujos benefícios compensaram todo o esforço. “Fizemos uma conferência in loco da maior obra de saneamento não só de Novo Hamburgo, mas também do Vale do Sinos e, provavelmente, até do Rio Grande do Sul. Um investimento de R$ 70 milhões, números impressionantes, com os quais será possível mais que quintuplicar nosso saneamento”, avaliou Ica.
A paralisação dos trabalhos, ocorrida devido à cheia de maio, alterou a programação para a entrega da primeira fase da ETE. Quando o projeto começou, em 2022, a expectativa era de que a operação se iniciasse em 2024.
“A enchente causou um problema seríssimo para nós. A obra está implantada na cota 8,5 metros, meio metro acima do limite de então. E a água subiu até 9,20 metros. O que isso causou? A paralisação da obra, o alagamento de tudo aqui e prejuízos para a empresa executora. Havia um seguro, mas, enquanto essa questão era discutida, a retomada não poderia ocorrer”, explicou Chilanti sobre a interrupção e o reinício dos trabalhos.
Após avaliação da situação pela nova gestão, que assumiu o comando da Comusa em janeiro deste ano, verificou-se que a maioria das estruturas a serem construídas não sofreria danos, mesmo com uma nova cheia, por serem compostas de tanques altos ou estruturas de concreto. O restante, segundo Chilanti, foi elevado em um metro para garantir maior segurança. Com a fundação concluída, ele informou que, atualmente, estão sendo feitos testes nas estacas para verificar se suportam a carga projetada e se o concreto atende às especificações.
O diretor técnico da Comusa projeta que, após a ocupação do Boulevard Germânia, desenvolvido pelo Grupo Zaffari, o percentual de esgoto tratado pode ultrapassar 50%, já que a nova estação foi projetada para contemplar esse novo volume de coleta no bairro ainda a ser construído.
Além das questões relacionadas ao saneamento, os parlamentares visitaram a ETE para ouvir reclamações dos moradores do entorno, especialmente da Vila Kroeff, que relatam transtornos causados pelo trânsito de caminhões, barulho e poeira. As queixas levaram Ica, Deza e Nor a questionarem os responsáveis pela obra. Chilanti informou que, na próxima etapa, outros trechos também serão impactados.
“Agora, o que vai causar transtorno é a construção da linha de recalque (tubulações, conexões), que trará o esgoto da elevatória, na beira do Luiz Rau, até a estação, ou seja, o esgoto bruto, e o emissário, que levará o material tratado de volta. Então, haverá interrupção no trânsito e poeira novamente”, antecipou Chilanti, ressaltando que uma equipe socioambiental visita as residências e fará os avisos necessários para minimizar os transtornos.
A bióloga da Comusa, Francine Schulz, reforçou durante o encontro a importância de os moradores registrarem suas reclamações pelo 0800 600 0115 para que as soluções possam ser planejadas e implementadas.
Com experiência adquirida quando atuou como subsecretário de Obras, o vereador Nor questionou o modelo a ser utilizado para tratar os efluentes: o lodo ativado. Ele elogiou a ETE do Mundo Novo, uma das cinco estações de Novo Hamburgo que adotam esse método. Segundo Chilanti, estudos técnicos comprovaram que o lodo ativado é a melhor opção.
Preocupada com os impactos das mudanças climáticas, Deza questionou se novos parâmetros e margens mais seguras, considerando as cheias do ano passado, estão sendo levados em conta. Os técnicos da Comusa asseguraram que essas questões foram observadas.