Comissão de Meio Ambiente realizará audiência pública sobre gestão de resíduos
O presidente da Coolabore, cooperativa responsável pela gestão de resíduos em Novo Hamburgo, Paulo Ricardo Bohn, afirmou que as alterações propostas pela Prefeitura acarretarão prejuízos para os catadores. Segundo ele, além dos contêineres, os caminhões que serão utilizados para o recolhimento também deverão causar transtornos. “Os novos veículos possuem uma prensa bem mais potente. Os resíduos chegarão à Central do bairro Roselândia, para onde vai o lixo convencional, muito compactados, e ficará quase impossível separar os resíduos recicláveis dos orgânicos e inservíveis”, explicou.
Os catadores também alegam que os contêineres acabarão se transformando em “pequenos lixões”, e as máquinas não serão capazes de identificar, quando os resíduos ainda são dissociáveis, os materiais recicláveis. “Estamos tendo reuniões na Secretaria de Meio Ambiente (Semam) e nos colocamos à disposição para melhorarmos o sistema de coleta. Entendemos que não há necessidade para a instalação de contêineres para lixo inorgânico, uma vez que já fazemos isso. O que nós questionamos é o valor alto da instalação dos contêineres, que não trará benefícios. O que precisamos é ampliar o nosso trabalho”, argumentou o catador Claudir Frederico, que também explicou o trabalho de coleta seletiva solidária realizado pelo programa Catavida na área central da cidade.
Emprego e renda
O vereador Enio Brizola (PT), presidente da Comam, disse ser importante o debate para o conhecimento de diferentes realidades e perspectivas. “Quem olha o projeto, acha um bom projeto. Mas isso traz um prejuízo para a qualidade dos materiais e para a renda dos catadores. O Catavida é uma conquista da cidade. Novo Hamburgo precisa saber da importância do Catavida e defender o programa”, pediu o parlamentar. Naasom Luciano (PTB), relator da comissão, aprovou a ideia da audiência pública e indicou maneiras de torná-la mais proveitosa.
“É importante selecionarmos cases de uma ou duas cidades para embasar o debate. Acho bom também darmos espaço para quem defende essa política, para oferecermos um contraponto. Vivemos uma crise de desemprego sem precedente, e não podemos ser propulsores disso, pelo contrário. Precisamos estimular políticas que reduzam esses índices e garantam a geração de emprego e renda”, ressaltou o vereador, que admitiu desconhecer detalhes do serviço prestado pelos catadores e pediu que o trabalho seja mais divulgado. “Que vocês se mobilizem não apenas para a questão de emprego e renda, mas quanto à relevância ambiental do serviço. Eu tinha a visão de que os contêineres melhorariam tudo. As pessoas precisam desse subsídio para entender o que é melhor”, sugeriu.
Representando o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, Alex Cardoso destacou que muitos municípios aderiram à mecanização da coleta e já demonstram descontentamento. “Os contêineres ocasionam um processo de enfraquecimento na gestão de resíduos, porque transferem a responsabilidade para empresas que não têm a mínima preocupação ambiental. Canoas agora está em processo de retirada desses recipientes, que são um convite para as pessoas descartarem de maneira equivocada. Ninguém mais defende a conteinerização, porque não ajuda os catadores, não ajuda a reciclagem e não ajuda a Administração, já que são muitas as reclamações por parte da população”, relatou.
O assunto tratado na reunião, que contou ainda com a participação do secretário da Comam, Nor Boeno (PT), de catadores do programa Catavida e de representantes do Fórum Gaúcho de Economia Popular Solidária, foi abordado também durante a sessão ordinária realizada durante a tarde.
Comissão de Obras analisa dois projetos
A Comissão de Obras, Serviços Públicos e Mobilidade Urbana, composta pelos vereadores Sergio Hanich (PMDB), Gerson Peteffi (PMDB) e Fernando Lourenço (SD), analisou no mesmo dia os Projetos de Lei nº 69/2017 e 70/2017. O primeiro, de autoria do vereador Felipe Kuhn Braun (PDT), denomina Rua Maria Seger Boll uma via pública ainda sem nome, resultado do processo de regularização fundiária da Vila Palmeira, no bairro Santo Afonso. A rua, paralela à avenida Nações Unidas, tem início na rua Harmonia e segue em direção sul até encontrar a rua 16.
Já o segundo projeto, proposto pelo Poder Executivo, altera dispositivos que regulamentam tanto a Coordenadoria (Comdec) quanto o Fundo Municipal de Defesa Civil (Fumdec). O objetivo da matéria é atualizar a composição de ambos a fim de adequá-los à nova estrutura administrativa adotada pela Prefeitura. Os vereadores aprovaram o prosseguimento da tramitação de ambas as matérias.