Comerciante relata assaltos e arrombamentos em lojas do Centro
“O Centro está largado. A Guarda Municipal e a Brigada Militar trabalham para quem? O trânsito está ruim e eles seguem multando, mas ninguém cuida do patrimônio privado. Só gostaríamos de ajuda. As obras estão indo, mas estamos perdendo para os bandidos. Vivemos um caos na segurança pública. Quem nos indenizará pelos assaltos?”, colocou. O presidente da Comissão Especial de Acompanhamento das Obras de Revitalização do Centro, Enio Brizola (PT), destacou que o Executivo havia se comprometido, por meio da Guarda e do Gabinete de Gestão Integrada, com o diálogo de ações de policiamento ostensivo junto a outros órgãos.
O vereador também sugeriu alternativas. “Se não temos condições, através de nossas forças, temos que partir a uma proposição junto à coordenação dessa obra. Depois de todos os impactos, não podemos ter mais esse prejuízo”, emendou. A relatora da comissão especial, Patricia Beck (PPS), lembrou que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) costuma cobrar a boa aparência das obras que financia. “Isso não é uma realidade em Novo Hamburgo. Se existe um orçamento em torno de R$ 600 mil para a publicidade, é possível repensar gastos e investir em obras no Centro”, projetou.
Os integrantes da comissão especial, bem como da Comissão de Segurança Pública da Câmara (Coseg), devem se reunir extraordinariamente já na manhã desta terça-feira, dia 2, para a articulação de tratativas para amenizar as situações ocorridas. “Façamos contato com a Guarda para que ela fique mais em cima”, recomendou Felipe Kuhn Braun (PDT), secretário da Coseg. O presidente da Câmara, Raul Cassel (MDB), enfatizou a necessidade de se identificar, através da inteligência da polícia, o foco do problema. “Quando se torna fácil, ocorre novamente. O Centro ficou vulnerável. Em razão das obras, as pessoas transitam menos e há um movimento menor de automóveis”, diagnosticou.
Câmeras de monitoramento
Empossado presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Novo Hamburgo (CDL NH) no final de março, Jorge Stoffel relatou contato com a BM durante a tarde de segunda-feira. De acordo com Stoffel, a corporação segue empenhada no atendimento ao Centro, mas tem encontrado dificuldades para acessar com as viaturas. O presidente da CDL NH apontou ainda que houve um pedido pelo espelhamento das câmeras de monitoramento utilizadas pela Guarda Municipal. “Sei que isso era feito anteriormente, mas hoje não é mais. A Brigada lembra, porém, que os números de ocorrências registradas no Centro são menores que em anos anteriores”, contribuiu.
Raul Cassel sugeriu que seja criado grupo virtual, por meio do aplicativo de conversas WhatsApp, para o alerta de atividades suspeitas, garantindo à BM um novo mecanismo de monitoramento. “Isso é muito viável de ser feito, bastaria a questão da mobilização”, colaborou Stoffel. Sergio Hanich (MDB) estranhou a reclamação de que não há mais o monitoramento coletivo das câmeras de segurança. Patricia Beck frisou o papel da BM no trabalho de prevenção à violência. “Se eles não têm perna para isso, precisamos pensar em alternativas. Os comerciantes estão sendo bem penalizados. Não adianta um Centro bonito e revitalizado com lojas fechadas”, finalizou.