Cidadão reclama de atendimento no Hospital Municipal
Conforme relatou Tiago, a paciente é sua tia. Ela sofre de pancreatite aguda e procurou auxílio médico para minimizar a dor que sentia. Na ocasião, tamanho era seu desconforto, que a enferma pediu para deitar, buscando algum alívio. Em razão de um longo tempo aguardando e sem ser atendida, a senhora deitou no chão da sala de espera, ficando, segundo aponta, por várias horas. “Já presenciei casos de pacientes que ficam deitados no chão. É inadmissível que uma pessoa com dor não tenha o devido cuidado por uma instituição que deveria ter a maior atenção possível com seus pacientes. Eu estou sendo realista. Já trabalhei no hospital e sou testemunha de negligências técnicas”, desabafou.
O vereador Gerson Peteffi (MDB) solicitou que o diretor-presidente da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH), Ráfaga Fontoura, que estava no plenário, também ocupasse a tribuna para comentar a situação da paciente.
“Aguardei a equipe do turno da noite chegar na terça-feira (21) para levantar mais informações sobre a situação relatada pelo Tiago. Havia uma poltrona reclinável, onde a paciente estava sentada. Ela reclamava de muita dor e pediu para deitar. A enfermeira de plantão disse-lhe para esperar e a paciente deitou-se por conta própria no chão. Será aberta sindicância para averiguar a razão da demora do atendimento. Eu tenho plena confiança na equipe do hospital. Há sim macas no corredor, isso acontece, mas não pessoas deitadas no chão. A equipe jamais deixaria isso acontecer. Fico triste com esse tipo de exposição sendo explorada principalmente nas redes sociais. Além de afetar a imagem do Hospital Municipal, enfraquece a instituição”, respondeu.
Enfermeiro Vilmar (PDT) destacou que, pela própria condição de servidor da saúde, sabe muito bem como as coisas funcionam dentro do hospital e das dificuldades que a instituição enfrenta, mas ressaltou que esse tipo de situação não pode acontecer. “É inadmissível que um paciente fique abandonado na emergência, reclamando de dor, e tenha que se deitar no chão para encontrar algum conforto. Chão não é leito, não é cama. Isso nós não podemos e não vamos aceitar.”
A vereadora Patricia Beck (PPS) questionou o diretor-presidente da FSNH sobre o acúmulo de cargos de confiança na instituição, quando faltam pessoas para atender os pacientes na linha de frente. “Por que está entrando mais e mais gente na fundação, quando não se consegue nem pagar o motoboy para a entrega de exames?”, contestou a parlamentar.
Ráfaga Fontoura se ateve ao caso da paciente que deitou-se no chão do hospital, reafirmando que será aberta sindicância para saber o motivo da demora para o seu atendimento. Limitou-se a dizer que outras situações deveriam ser oficializadas por convites do Legislativo e prontificou-se a vir à Câmara para respondê-las.