Cidadão cobra maior fiscalização quanto ao uso indevido de vagas especiais de estacionamento
Graduado em história, Alves citou os pontos da cidade onde encontra maior dificuldade em estacionar seu carro devido a essas transgressões e destacou que as vagas, além de facilitarem a locomoção, representam um dos direitos conquistados ao longo do tempo. “A falha está na atitude antiética dos cidadãos, negando a plena participação das pessoas com deficiência na sociedade”, explicou. Ele reforçou sua crítica à atuação da Guarda e pediu maior respeito dos condutores pelas vagas especiais. “Nunca tivemos disponibilidade da Guarda Municipal em fiscalizar e multar o descumprimento, ainda que a tenhamos acionado diversas vezes. Inúmeros carros estacionam sem credencial. Como podemos cobrar que a pessoa não estacione no local se não há fiscalização? Não conheço pessoas que foram multadas por estacionar de forma indevida em vaga especial”, complementou.
Enio Brizola (PT) contou que já foi acionado pela família de Jéferson Alves em outras oportunidades, no intuito de reforçar a cobrança por providências. “Sugiro que enviemos sua fala para nosso secretário de Segurança (Roberto Jungthon) e para a diretora da Guarda (Luiza Schmidt) solicitando maior rigor na fiscalização, acompanhada de ofício assinado pelos 14 vereadores”, propôs o parlamentar, que teve sua recomendação acatada.
A vereadora Patricia Beck (PPS) salientou a falta de conscientização dos moradores e o excesso de individualismo. “A Guarda precisa fiscalizar e atuar na reeducação do cidadão hamburguense. Precisamos de uma corporação que não seja voltada apenas à aplicação de multas. Devemos aproveitar quando um cidadão vem até nós para reforçarmos também nossa proposição pela criação de um projeto guarda-chuva que englobe diferentes aspectos da educação para o trânsito”, ressaltou.
Professor Issur Koch (PP) diagnosticou que a falta de conscientização se estende ainda a outros atos, como o depósito irregular de resíduos, ação que acaba ocasionando, muitas vezes, problemas maiores como inundações e perdas materiais para um número maior de moradores. “Quando precisamos criar leis para evitar que seja jogado lixo no chão, é porque falhamos culturalmente. Precisamos criar uma situação para que a nova geração não dependa de leis proibitivas para respeitar o direito do outro”, acrescentou.
Raul Cassel (PMDB) recorreu a um acontecimento pessoal para exemplificar a dificuldade de locomoção quando há um complicador físico. “A diferença para uma pessoa com e sem deficiência caminhar uma quadra é muito grande. O que tu disseste é plena verdade, e se estende aos estacionamentos relativos a idosos, gestantes e farmácias que possuem estacionamento rotativo rápido. As pessoas acabam extrapolando seus limites”, argumentou. Vladi Lourenço (PP) elogiou a pertinência da pauta levantada e destacou melhorias realizadas pela Prefeitura, em especial no bairro Canudos. “Quero parabenizar o Executivo pelas entradas para cadeirantes em passeios públicos”, completou.
O presidente da Câmara, Felipe Kuhn Braun (PDT), lamentou a necessidade das ações de fiscalização e punição para a evolução da sociedade, mas reconheceu que só através da aplicação de penas é possível evitar que se volte a incorrer no erro. “É a falta total da decência e o individualismo extremo que levam à utilização consciente de vagas destinadas a pessoas com deficiência. Antes de afrontar a lei, essas pessoas afrontam um direito do ser humano”, concluiu. Alves agradeceu os pronunciamentos favoráveis. “Somos todos pré-deficientes-físicos, porque, em algum momento, nosso corpo estará nessa situação de debilidade. Antes disso, porém, precisamos ter a consciência sobre o respeito a um direito”, finalizou.
Tribuna Popular
Durante as sessões ordinárias, pessoas previamente inscritas também têm direito à fala, por meio do expediente da Tribuna Popular. As inscrições devem ser feitas junto à Secretaria da Casa, no terceiro andar, a partir do preenchimento de uma solicitação. As datas serão estabelecidas conforme disponibilidade de agenda.