Câmara reforça contrariedade a proposta de incentivo financeiro à adoção de animais
O auxílio de R$ 450,00 calculado pelo Estado considerava gastos básicos com o animal de estimação pelo período de seis meses. Autor da Moção nº 38/2024, o vereador Gustavo Finck (PP) teme pelo que poderia acontecer após esgotado esse primeiro semestre. “O cidadão que não tem condições para os cuidados receberá a ajuda de custo, mas depois não terá recursos para manter o bem-estar do animal. O PL abre precedente para que as pessoas recebam o valor e depois abandonem os animais, mesmo que microchipados”, pondera o progressista.
“Seria o maior abandono de cães e gatos do Rio Grande do Sul. Muitas pessoas utilizariam esse mecanismo pela facilidade do dinheiro, e a Prefeitura teria que correr atrás depois de todos os animais abandonados pela cidade. Adotar deve ser um ato de amor, e não de valor”, resumiu Finck. Cristiano Coller (PP) acrescentou que o projeto deveria valorizar as entidades que receberam e ainda abrigam animais resgatados. “Locais organizados por pessoas que abrem mão do tempo com suas famílias para oferecer esse amparo”, salientou. No final de junho, o Piratini registrava mais de 15 mil animais de estimação abrigados em 353 locais diferentes em todo o estado.
Com a aprovação em turno único, a moção será agora enviada ao governador Eduardo Leite e à Assembleia Legislativa.
O que é uma moção?
A Câmara se manifesta sobre determinados assuntos – aplaudindo ou repudiando ações, por exemplo – por meio de moções. Esses documentos são apreciados em votação única e, caso sejam aprovados, cópias são enviadas às pessoas envolvidas. Por exemplo, uma moção louvando a apresentação de um projeto determinado no Senado pode ser enviada ao autor da proposição e ao presidente daquela casa legislativa.