Câmara presta homenagem aos 50 anos da Capela Nossa Senhora da Saúde
Inaugurada oficialmente em 1985, a capela teve sua construção iniciada no dia 23 de novembro de 1973. Palco para missas e orações, o local foi resultado do esforço e engajamento da Comunidade Nossa Senhora da Boa Saúde, registrada meses antes, mas que já se reunia desde o final da década de 1960. Vinculada à paróquia São José do bairro Primavera, a capela e sua comunidade mantiveram-se sempre muito ativas, consolidando suas pastorais, acolhendo novos membros e trabalhando em prol da população do extremo oeste da cidade.
O impacto da responsabilidade social que acompanhou a comunidade desde sua gênese norteou a maioria dos discursos da noite. Encarregado da condução dos trabalhos, o vereador Enio Brizola iniciou sua fala destacando justamente o protagonismo da instituição católica em um dos momentos mais importantes da história da Boa Saúde: sua anexação ao município de Novo Hamburgo, consolidada em 1997. “A igreja teve um papel essencial. Foi lá onde nasceu o movimento pela anexação. Na nossa capela, no nosso espaço de manifestação de fé, onde batizamos nossos filhos. É um orgulho que temos. A transformação aconteceu na Boa Saúde motivada pela fé”, salientou Brizola. “Esta capela está assentada sobre uma rocha, firme e forte, que é seu povo. É seu povo que constrói e dá vida à nossa igreja”, prosseguiu.
Pároco da matriz São José, o padre Lucimar Macedo recebeu das mãos de Brizola um quadro comemorativo ao cinquentenário da capela. “Esta sessão tem um duplo significado. É uma homenagem, mas é também a recordação da importância da fé e dos valores na construção de uma sociedade. É o reconhecimento a um povo trabalhador, capaz de lutar e que não desiste de seu bairro. O ano de 1973 marca o início de uma rica e belíssima história. A criação de uma nova comunidade eclesial, em qualquer tempo e lugar, é expressão viva de uma igreja fecunda que, como uma chama, se divide e multiplica sem perder a sua essência. Por isso, este ano de 2023 é de alegria para nós. Essa história de luta e caminhada com Deus completa 50 anos. Uma comunidade viva em seus serviços, suas pastorais e seus movimentos”, declarou.
Ex-presidente do conselho econômico da Comunidade Nossa Senhora da Boa Saúde, Jorge Velho contou a história do grupo desde as primeiras missas, ainda realizadas no Casarão da Figueira. “Como a maioria dos moradores da Boa Saúde, viemos de outra cidade com uma mão na frente e outra atrás. Viemos morar em uma localidade onde não havia luz, água, nada. O que o povo procura? Uma igreja que o acolha. E assim a comunidade começou a crescer. O bairro cresceu depois da anexação. Mas ainda temos muitas coisas pelas quais batalhar”, pontuou.
Coordenadora estadual da Pastoral da Criança, Nilva Libardi reiterou suas ligações com a comunidade do bairro Boa Saúde, as quais faz questão de manter vivas. “Em todos os lugares aonde vou, digo que sou de Novo Hamburgo e digo fazer parte da paróquia São José e da Capela Nossa Senhora da Saúde. É um orgulho muito grande ver essa comunidade crescendo. As dificuldades são muitas, mas vemos gente de muita fé e união que pega junto. E precisamos continuar com isso”, ressaltou a coordenadora, que aproveitou para pedir apoio. “O bairro tem uma população muito grande e com muitas necessidades. E nos falta voluntários. Gostaríamos de acompanhar todas as crianças e gestantes da Boa Saúde”, afirmou.
Além do proponente Enio Brizola, os vereadores Felipe Kuhn Braun (PP), Gerson Peteffi (MDB), Gustavo Finck (PP), Lourdes Valim (Republicanos) e Tita (PSDB) também participaram da cerimônia. Peteffi e Tita, que guardam relações pessoais e profissionais com a zona oeste da cidade, reforçaram o papel da comunidade católica na alteração do panorama social vivenciado pelos moradores do bairro. “Aquela região era abandonada. Desde a anexação, um governo atrás do outro, cada um à sua maneira, foi trazendo infraestrutura. E muito em razão desta igreja atuante. Logicamente temos problemas, mas hoje a Boa Saúde é muito mais digna do que há 30 anos”, iniciou o emedebista.
“Essa data representa um marco de dedicação, fé e serviço a essa comunidade. Esses 50 anos de história são testemunho do comprometimento e empenho investidos na construção e manutenção desse espaço sagrado. Ao comemorar o cinquentenário, também celebramos a capacidade da capela em inspirar gerações a viverem com compaixão e enfrentarem desafios. Cada dia é uma dificuldade enfrentada, mas vocês nunca desistiram. Por isso essa capela segue firme; porque vocês a mantêm assim”, continuou Tita.
Pastora da Igreja Universal, Lourdes Valim subiu à tribuna para deixar seus cumprimentos e sublinhou que o amor ao próximo não tem cor, raça ou religião. “Ele está dentro de nós”, frisou.
Escritor e pesquisador, Felipe Kuhn Braun retratou a Boa Saúde como um reflexo de grande parte das famílias que buscaram em Novo Hamburgo um lugar para morar. “Pessoas que vieram para cá com muitas dificuldades, mas que deram grande contribuição para a nossa cidade. Sabemos como foi difícil para a comunidade da Boa Saúde essa luta para pertencer a Novo Hamburgo. Assim como, lá atrás, foi muito difícil conseguirmos a emancipação de São Leopoldo. À Boa Saúde faltava muito. Mas nunca lhe faltou um povo com trabalho, com amor e com fé. Que a capela continue sendo esse refúgio importante de oração e representatividade”, finalizou.
Assista à solenidade na íntegra: