Câmara presta homenagem aos 135 anos do Coro Júlio Kunz
Fundado em 4 de maio de 1888 com o nome de Gesangverein Frohsinn, o clube tinha como objetivo inicial o cultivo do canto alemão e a confraternização permanente de seus associados, exclusivamente homens. Um mês após a inauguração, o grupo já somava mais de 70 membros. Mas foi na virada do século que o Frohsinn adquiriu sua primeira sede própria, em prédio na rua General Osório.
Algumas décadas adiante trariam mudanças mais profundas. Em meio à Segunda Guerra, o grupo se viu na obrigação de atualizar o repertório, majoritariamente composto por músicas alemãs. E, em 1949, uniu-se à Sociedade Atiradores de Hamburgo Velho e ao América Tênis Clube para a fundação da Sociedade Aliança. Com o passar do tempo, o coral também assumiu o nome de Júlio Kunz, em homenagem a um de seus primeiros regentes e presidentes, e passou a aceitar a participação de mulheres.
O grupo, que coleciona turnês pela Europa e apresentações para presidentes da República, conta atualmente com 36 cantores. Sob a regência de Volmir Jung e com o apoio da soprano Regina Schaumlöffel na técnica vocal, o coral se reúne para ensaios às terças-feiras à noite.
Proponente da homenagem, Ica sublinhou que a fundação do Coro Júlio Kunz, associação cultural com utilidade pública reconhecida por lei municipal, precede a emancipação de Novo Hamburgo. “É uma instituição bem mais velha que a nossa cidade. Longe de suas origens, os alemães que vieram ao Vale do Sinos se encontravam no coral. Que vocês consigam dar continuidade ao coro, passando de geração para geração”, desejou.
Enio Brizola (PT) relembrou seus tempos de coralista e destacou que os grupos musicais são espaços de integração, socialização, confraternização e promoção de paz de espírito. “Esta é uma justa e merecida homenagem. Ser coralista é ter a missão de levar alegria à comunidade. E temos registro de 80 coros só aqui na cidade”, mensurou.
O médico e vereador Gerson Peteffi (MDB) falou sobre os benefícios da música para o aspecto psicológico das pessoas. “A arte facilita superarmos todas as agruras que uma vida intensa e atribulada nos causa nos tempos de hoje. Quando, mesmo que por um momento, ouvimos uma música, nossa alma fica mais aliviada e arejada. A vida se torna mais alegre. A música é um remédio para a alma”, sintetizou.
Raizer Ferreira (PSDB) comentou que, em três anos de mandato, não recorda ter presenciado uma homenagem a uma entidade tão longeva. “E vemos o quanto esse legado representa para a cidade. Quero parabenizar todos os integrantes que fazem e fizeram parte do coro. Obrigado pela dedicação à nossa cidade e pelas vidas que conseguem tocar a partir da música”, completou.
Tita (PSDB) lembrou que, por acreditar tanto no grupo, direcionou ao coro parte de suas emendas orçamentárias no final do ano passado. Outros sete vereadores também encaminharam recursos. “O canto coral incentiva a socialização e estimula os grupos a estabelecerem laços de amizade e consideração. Cada um tem a sua responsabilidade e precisa desempenhar um papel em favor da coletividade, que, ao final, resultam em perfeita harmonia. Para a nossa cidade, é uma honra e um orgulho ter o Coro Júlio Kunz, mais antigo que Novo Hamburgo. Que vocês sigam enchendo nossos olhos e ouvidos com belos espetáculos”, discursou.
Presidente do Coro Júlio Kunz, Denise agradeceu a homenagem. “Em seus 135 anos de atividade, temos mantido a tradição dos nossos ancestrais alemães do canto coral como forma de expressão de seus sentimentos, louvor a Deus e preservação de sua cultura. Cantar no Júlio Kunz nos traz alegrias, satisfação, orgulho, amigos e paz para a alma. O cantar é alimento para a alma. Mas também nos exige tempo, ensaios, dedicação e persistência; repetir e repetir até acertar. Agradeço ainda a destinação de verbas parlamentares que nos ajudam a manter esta tradição de cultura e boa música”, retribuiu. Ao término das falas, o grupo apresentou, do centro do plenário, parte de seu repertório.