Câmara presta homenagem ao trabalho voluntário do Grupo Vida Rosa

por Luís Francisco Caselani última modificação 11/06/2025 20h18
11/06/2025 – Criado em outubro de 2015, o Grupo Vida Rosa foi fundado com o objetivo de levar informações e oferecer apoio integral a pacientes com câncer de mama e seus familiares. É sua também a iniciativa do Bazar Rosa Choque, cujos recursos arrecadados custeiam mamografias e ecografias mamárias para mulheres na fila de espera do SUS. Símbolo de união, empatia e compromisso com a saúde, a entidade teve seu trabalho reconhecido pela Câmara de Novo Hamburgo durante a sessão plenária desta quarta-feira, 11. A homenagem, que também celebrou antecipadamente os 10 anos do grupo, foi proposta pelo vereador Felipe Kuhn Braun (PSDB).
Câmara presta homenagem ao trabalho voluntário do Grupo Vida Rosa

Fotos: Moris Musskopf/CMNH

Idealizado pela mastologista Gabriela Santos e coordenado pela psicóloga Berlize Anschau, o Vida Rosa realiza reuniões quinzenais de acolhimento e compartilhamento de informações, experiências e vivências. “Espaços onde histórias são divididas, lágrimas se encontram e a esperança se renova, sempre com coragem, empatia e cuidado. Um verdadeiro refúgio de escuta, acolhimento e compartilhamento. Uma iniciativa que transforma dor em força, solidariedade em ação concreta e esperança em realidade. Uma década de amor, serviço e dedicação à vida”, frisou Felipe.

Berlize explicou que o grupo teve início a partir de uma percepção de Gabriela sobre a necessidade de um espaço de escuta psicológica para quem enfrenta a doença. “Decidimos olhar para o câncer de mama e suas implicações de uma forma humana e acolhedora. Nas reuniões, fortalecemos o senso de pertencimento. Ninguém deve enfrentar essa jornada sozinha. A dor física e emocional é um tema difícil, mas falar sobre o câncer de mama é fundamental para superar desafios individuais, sociais e de saúde pública. Não basta apenas observar os tratamentos médicos, é preciso olhar também para o lado emocional. Ter um ponto de apoio, sem ruídos e julgamentos, é essencial. O Vida Rosa nasceu com esse propósito”, contou a psicóloga.

Desde 2017, a entidade é também responsável pela organização do Bazar Rosa Choque. Todos os itens comercializados, incluindo roupas, calçados, acessórios e utilidades domésticas, são oriundos de doações feitas por uma rede de apoiadores. Em oito edições, já são mais de R$ 450 mil arrecadados e investidos na compra de exames. “A cada ano, o evento amplia seu alcance. Em 2024, o bazar atingiu arrecadação recorde de R$ 127 mil. Valores que se traduzem em diagnósticos precoces e tratamentos iniciados a tempo. Isso se chama compromisso com a vida”, enalteceu Felipe. A próxima edição está prevista para os dias 3 e 4 de outubro, na Sociedade Aliança.

Gabriela Santos revelou que a realização do bazar já proporcionou atendimento a mais de 5 mil mulheres. “É um projeto criado com muito carinho por pessoas que se unem por um propósito maior. Ele é muito mais do que um evento; é um abraço coletivo. Um ato de amor e acolhimento. Cada peça doada e mão estendida faz a diferença na vida dessas pessoas. Mas nada disso seria possível sem uma rede de apoio, que cresce a cada ano. Amigos, voluntários, empresas e simpatizantes que acreditam no propósito do bazar e fazem dele uma realidade. O impacto na comunidade é real e tocante. Saber que podemos contribuir para que as mulheres enfrentem esse momento com mais cuidado e dignidade é o que nos motiva a seguir adiante”, salientou a médica.

Frequentadora do bazar, a vereadora Daia Hanich (MDB) destacou a empatia e solidariedade que guiam o trabalho do grupo. “Uma década inteira dedicada ao cuidado humano, ao acolhimento fraterno e ao amparo a quem enfrenta uma das batalhas mais difíceis: o diagnóstico e tratamento do câncer. Que a celebração dos dez anos seja um incentivo para que o grupo continue firme em sua missão, levando cuidado e conforto a quem mais precisa”, desejou.

Os progressistas Deza Guerreiro e Giovani Caju também externaram seu reconhecimento. “A partir da leitura de um diagnóstico positivo, o pânico que bate deve ser algo aterrorizante. O que seria dessas pessoas sem o braço amigo de vocês em um momento tão difícil? Que esse trabalho tão bonito possa abraçar cada vez mais pessoas”, sublinhou Caju. Tenho uma amiga que foi acolhida por vocês. Ela conseguiu vencer o câncer porque teve esse amparo e apoio. Sem ele, seria muito mais difícil”, comentou Deza.

Quando uma pessoa recebe um diagnóstico oncológico, o impacto não é apenas nela, mas também em familiares e amigos. É muito importante esse trabalho de afeto que vocês desenvolvem. O atendimento humanizado e o acolhimento não resolvem, mas minimizam o problema”, ressaltou Eliton Ávila (Podemos). “Vocês combatem o mal do século, que é o câncer. Sabemos o quanto os pacientes sofrem, o quanto é doloroso. Mas vocês são guerreiras. Saem do conforto de seus lares para enfrentar um mal que assola milhões de pessoas”, aplaudiu Juliano Souto (PL).

Além de elogios ao trabalho voluntário, Professora Luciana Martins (PT) aproveitou o espaço para cobrar maior compromisso do Município com a pauta da oncologia. Vocês dedicam parte de seu tempo para fazer o bem, em uma causa que é muito cara para esta cidade. É preciso sempre lembrar que devemos avançar em políticas públicas sobre este tema. Não podemos normalizar a perda do atendimento oncológico em Novo Hamburgo”, asseverou.

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