Câmara homenageia policiais envolvidos em operação que desmantelou delegacias clandestinas
Moris Mozart Musskopf e Maíra Kiefer/CMNH
Além da cerimônia, os parlamentares também aprovaram por unanimidade nesta quarta moção de aplauso aos policiais civis. No documento, o autor Inspetor Luz detalha os desdobramentos da ação, que em três dias desmantelou os dois núcleos.
No dia 27 de abril, a primeira delegacia falsa foi descoberta em edifício residencial na rua Sapiranga. A quadrilha utilizava banners com identificação das polícias civis de diferentes estados e da Polícia Federal. Uma sala encenava a delegacia, com mesas, cadeiras, computadores, impressoras, algemas, radiocomunicadores, armamentos falsos, camisetas e canecas.
Dois dias depois, a 1ª DP localizou outro espaço, em prédio na estrada José Aloísio Daudt, na Vila das Flores. Desta vez, em alusão ao Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca). “Ambos os locais falsos eram utilizados para simular a existência de delegacias, mediante a utilização de fotos e dados das vítimas para se aplicar o golpe dos nudes. Os suspeitos responderão por tráfico ilícito de entorpecentes, associação ao tráfico de drogas, formação de quadrilha, estelionato, extorsão e uso de distintivo/símbolos de função pública que não exercem”, explica Luz.
Luz enalteceu o trabalho dos colegas policiais e toda a engrenagem por trás dessas operações. “Só se consegue êxito, quando se tem policiais dedicados e abnegados. Para se chegar na resolução desses problemas, tem toda uma trajetória dentro da própria delegacia. Meus colegas que tenho muito honra de estarem aqui demonstrando seus trabalhos. Tem que haver harmonia no trabalho desses policiais, homens e mulheres que não têm dia nem têm hora para atuarem. São policiais por excelência, porque gostam. Conheço todos porque convivo com eles. Toda minha admiração. E tudo o que puder fazer por eles, esteja eu onde estiver, estarei sempre disposto a ajudá-los, pois sei da caminhada de cada um em benefício da população”, frisou o parlamentar.
O vereador Raizer Ferreira (PSDB) considerou de extrema importância essa consideração feita às forças de polícia da cidade de Novo Hamburgo. “Tenho sido sempre um defensor ferrenho para que possamos dar a infraestrutura necessária e todo os movimentos possíveis para dar apoio as nossas polícias. Nós precisamos de segurança. De fato o que nós todos buscamos é estar seguros em nossa cidade. Podermos caminhar, termos o direito realmente preservado de ir e vir sem ter risco. E isso é possível através da segurança pública de forma efetiva. E as forças de segurança em conjunto têm feito isso de forma majestosa. Temos provas de que os números (de violência) estão caindo a cada dia. Tudo isso fruto de uma polícia que é efetiva, que defende estar sempre trabalhando a favor da nossa comunidade.”
Enio Brizola (PT) considerou justa e merecida a homenagem a essa categoria. “Novo Hamburgo é uma cidade que tem produzido notícias nacionais na área da segurança pública. São crimes expressivos que ganham repercussão. Crimes de inteligência, que vão se aperfeiçoando cada vez mais, mas a polícia também está atenta a esses novos modus operandi”, destacou o vereador, citando a quantidade de mulheres e de agentes jovens que passaram a integrar a corporação. “Registrar nosso reconhecimento a essas importantes conquistas. Essas delegacias fakes são uma afronta às instituições. Não é um crime comum, é uma violência ao estado democrático de direito.”
Felipe Kuhn Braun (PP) mencionou a dificuldade de ser servidor público em um momento de desmonte dos serviços no estado do Rio Grande do Sul. “Além de uma situação muito complicada que é a violência, somos reféns do medo por uma legislação fraca ou mal aplicada, com muitas mudanças que têm que ser realizadas em Brasília. A gente sabe que vocês estão sempre com muito empenho e dedicação, enxugando gelo, às vezes, mas fazendo a diferença. Sendo uma importante força de segurança, que atua, que vai a campo, que faz muito bem o seu trabalho.”
Na tribuna, o delegado Tarcísio Kaltbach saudou os policiais presentes na sessão e ressaltou a importância e os desafios do trabalho feito por um conjunto de profissionais. “Para termos a capacidade de trabalhar em equipe precisamos ter primeiramente a humildade, a tolerância, inteligência emocional e, fundamentalmente, o companheirismo. Isso vocês possuem de sobra. Eu só aprendo. Se queremos fazer algo grande e importante para nossa comunidade, e que nos traga muito orgulho, precisamos fazer conjuntamente. A motivação e o comprometimento surgem desse espírito de equipe, em que todos são responsáveis pelas falhas e pelo sucesso”, enfatizou. Para Kaltbach, a união de esforços do grupo, em que não existe espaço para individualidade, egoísmo ou vaidade, representa o sucesso nas ações da 1ª DP.
O escrivão de polícia César Augusto Caldas Júnior e o comissário de polícia José Urbano Amaral de Lourenço acompanharam a sessão na Tribuna de Honra.
A Moção nº 28/2022 será enviada ao governador Ranolfo Vieira Júnior, ao secretário estadual da Segurança Pública, Vanius Santarosa, ao chefe da Polícia Civil, delegado Fábio Lopes, ao diretor da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, delegado Eduardo Hartz, e ao titular da 1ª DP de Novo Hamburgo, delegado Tarcísio Kaltbach.
Durante a votação, o autor explicou que a moção leva o reconhecimento da Casa Legislativa aos superiores responsáveis pela segurança pública no Estado.
O documento também será entregue aos policiais civis envolvidos na operação Teatro do Crime: Aldino Pereira, Aline Baldi, César Caldas Júnior, Daniela Portal, Édipo Bervian, Eduardo Baron, Graziela dos Santos, José Urbano de Lourenço, Márcio Góris, Tamara Fernandes, Vicente Dieter, Vitor Marafon, Yan Oliveira e Ziane da Costa.
