Câmara homenageia 100 anos da escola Dom Pedro II

por Daniele Silva última modificação 17/05/2017 00h26
16/05/2017 – A Câmara promoveu, na noite desta terça, 18, sessão solene para homenagear os 100 anos da Escola Estadual de Ensino Médio Dom Pedro II. O requerimento é de autoria do vereador Enio Brizola (PT). Compuseram a Mesa diretiva dos trabalhos, além do vereador, a titular da 2ª Coordenadoria Regional de Educação, Helenise Avila Juchem, a diretora da instituição, Idir Bacin Rauber, a ex-diretora da escola, Nelsi Maria Rhoden, e a escritora do livro que retrata os 100 anos da escola, Ângela Inês Maieski.

Enio Brizola leu um breve histórico do educandário, que é anterior à emancipação do Município. “Até 2012, não se sabia ao certo a data de inauguração da escola. Somente neste ano, foi encontrado um documento que comprovava o quão antiga é a instituição.” O vereador destacou o trabalho dos professores, que estão enfrentado o parcelamento de salários. Ele lembrou ainda a história da sua família com a escola, a mulher que fez o EJA na instituição, e a filha, que se matriculou no ensino médio, preparando-se para a seleção da Fundação Liberato. Felipe Kuhn Braun (PDT) também frisou a necessidade der se valorizar mais os educadores. “Quando vemos esse plenário cheio é sinal de que os alunos participam ativamente e têm orgulho da instituição.” Professor Issur Koch (PP) enfatizou que são os alunos que darão continuidade aos próximos 100 anos de história. Ele fez uma reflexão acerca da herança que os professores deixam às centenas de estudantes que passam por eles ao longo da vida profissional. Lembrou ainda que uma escola de ensino médio tem a árdua tarefa de partilhar uma das fases mais complicadas da vida, a adolescência.

A banda escolar da Escola Dom Pedro II apresentou quatro canções. Após, a diretora Idir Rauber usou a tribuna para agradecer a homenagem. Ela lembrou o trabalho das demais dirigentes ao longo das suas duas décadas de atuação na escola. “Graças ao conhecimento e experiência delas é que essa grande família, que é a Dom Pedro II, chegou aos 100 anos.” Um grupo de alunos, sob a coordenação da professora Maria da Conceição da Silva, apresentou a paródia “Minha Escola Amada”.

A ex-diretora Nelsi Maria Rhoden afirmou que devido ao trabalho de pesquisa da professora Ângela foi possível realizar essa comemoração. Ela, que atua desde 1969 na instituição, disse recordar de todos os seus alunos com muito carinho. “Nossa responsabilidade é ajudar os estudantes a alcançar os sonhos que almejam.” As alunas Rafaela da Costa Maciel, Gabriela Krombauer e Eduarda Vaz Hennemann cantaram a música “Trem Bala”. E o Grupo Cordas e Vocal da Escola, formado pelos alunos Guilherme Strassburguer da Silva, Pedro Strassburguer da Silva, Maria Eduarda Marmitt, Isabelle Lautério do Prado e Guilherme da Silva Diehl, tocaram a canção “Valeu Amigo”.

Ângela Maieski, que é autora do livro sobre a instituição, afirmou que é uma grande responsabilidade escolher uma escola para os filhos. Lembrou, porém, que a escola é tão boa que há professores que lá atuam há 40, 50 anos. A escritora fez um agradecimento especial a Leda Torres de Moraes. “Ela foi fundamental para conseguirmos escrever a história da instituição, mas infelizmente faleceu antes de lançarmos o livro,” finalizou.

Helenise Juchem afirmou que a escola é um marco na educação do Município. “Ao longo desses 100 anos, a instituição vem construindo uma educação de qualidade para a comunidade.” Ela destacou o trabalho da Comissão de Educação da Casa, presidida por Professor Issur, que não se preocupa apenas com as escolas municipais, pois sabe que todos são munícipes. Por fim, afirmou que fazer uma boa gestão escolar é oferecer a vaga, manter o aluno na escola e fazer com que ele saia com uma qualidade de ensino. “E isso nós temos na Dom Pedro II.”

Ao final da solenidade, os presentes assistiram a um vídeo com um breve histórico da Dom Pedro II. O vereador Enio Brizola entregou um quadro comemorativo à diretora Idir Bacin Rauber. Os dois entregaram flores aos integrantes da mesa diretiva e da Tribuna de Honra. 

 

Tribuna de Honra

Compuseram a Tribuna de Honra da solenidade o presidente do Círculo de Pais e Mestres, Marino Klauck, a presidente do Conselho Escolar, Roseli Sewald Costa, as ex-diretoras, Maria Helena Zanatta Moroni, Diana Cesa e Ilse Rosinha Bridi, o professor Siden Francesch do Amaral, os ex-alunos João Luiz Ferreira da Silva e Marcelo Rhoden.

 

Histórico da Escola Dom Pedro II

A Escola Estadual de Ensino Médio Dom Pedro II começou suas atividades em 1917, na localidade Rincão dos Ilhéus que pertencia ao município de São Leopoldo, e somente dez anos após sua inauguração ocorreu o processo de emancipação hamburguense, cidade onde hoje está localizada a Escola.

Até o ano de 2012, não se sabia ao certo a data de fundação da escola, bem como não havia registro oficial de seu estabelecimento junto a Secretaria Estadual de Educação (Seduc). Então em 2012, foi encontrado um documento em que consta a data oficial de fundação da escola (10 de abril de 1917), durante pesquisas relativas à elaboração de um livro que relata a trajetória da Dom Pedro II. Cabe ressaltar que a Seduc presumia o ano de 1948, como provável data de fundação desse educandário, já que seu primeiro registro oficial conhecido até então datava de 1954.

No decorrer dos 100 anos de sua trajetória, a escola Dom Pedro II teve diversos nomes, passou por distintas transformações, tanto em termos de estrutura física, quanto aos aspectos pedagógicos. Tais mudanças refletiram os processos históricos pelos quais a cidade, o estado e o país passaram. Como exemplo disso, é possível destacar por intermédio da análise dos livros atas da escola que na década de 1940 as atividades que mereciam ser destacadas consistiam em atos cívicos e de exaltação à Pátria, tais anotações corroboram a postura nacionalista do primeiro governo de Getúlio Vargas (1930 à 1945). Da mesma forma, a construção de uma Brizoleta, no início da década de 1960, espelha uma política regional do fomento e ampliação do ensino público. De igual forma, a criação do curso supletivo, nos anos de 1970, vem ao encontro do contexto histórico do regime civil-militar, com a criação do Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral).

Hoje na Dom Pedro há professores que já deram aulas para três gerações de alunos no mesmo local. A criação destes laços fortes de pertencimento com a comunidade e a consequente tradição gerada, fazem com que a escola tenha um patrimônio maior que suas edificações e colaboradores, pois a Escola Estadual de Ensino Médio Dom Pedro II se tornou um ponto de referência no bairro e na trajetória dos seus habitantes.

Foto: Tatiane Lopes/CMNH 

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