Câmara debate alternativas para projetos durante período de restauro da Casa da Lomba

por Luís Francisco Caselani última modificação 29/08/2017 21h24
29/08/2017 – A presidente da Câmara de Novo Hamburgo, Patricia Beck (PPS), interrompeu a sessão ordinária desta segunda-feira, 28 de agosto, e convocou uma reunião no Plenarinho Pedro Thon para dar voz à Associação Cantalomba, que questiona a falta de diálogo do Executivo na decisão de restaurar a Casa da Lomba, no bairro rural hamburguense, e realocar o projeto desenvolvido pela entidade. A presidente da associação, Jacinta Scalcon, a Tita, relatou que, sem nenhuma explicação ou aviso, o local foi desocupado. “O Cantalomba viu, na última semana, seus bens revirados e sua atuação desrespeitada”, contou.

As aulas de musicalização ofertadas pela associação, e vinculadas à Secretaria de Educação, foram transferidas para o salão da Igreja Evangélica de Confissão Luterana, no bairro Lomba Grande. A professora Lisiane Pereira reclamou do espaço escolhido. Segundo ela, o prédio não oferece acústica apropriada, limpeza ou climatização adequada. “Não precisaríamos estar aqui discutindo se houvesse diálogo em um primeiro momento. Se fôssemos perguntados se o espaço ofereceria condições para a realização do nosso projeto”, ressaltou.

Construída em 1860, a Casa da Lomba foi tombada em 2007 e pertence ao Patrimônio Histórico do Município. O chefe de gabinete da prefeita, Raizer Ferreira, explicou que o restauro da Casa era necessário e inadiável, devido a seu avançado estado de deterioração. Em função da necessidade de elaboração de projeto para a captação de recursos – a Prefeitura estima investimento em torno de R$ 500 mil – e a posterior recuperação do local, Raizer calcula que a estrutura permanecerá fechada por, pelo menos, um ano e meio.

Por entendermos que era um projeto magnífico que não poderia se perder, passamos o local por análise da Defesa Civil. Entendemos que era necessário restaurar o espaço. Fizemos uma força-tarefa para executarmos a obra e encontrarmos espaços para manter os projetos ativos. Nenhuma atividade será extinta”, garantiu. Raizer explicou ainda que houve o cuidado para a realocação dos projetos em locais que oferecessem o suporte necessário, mas admitiu estudar o assunto em razão do desencontro entre as informações passadas por sua equipe e a exposta pelos profissionais do local. “Precisamos ter essa conversa entre Executivo e associação. Queremos ser parceiros da Administração neste projeto”, pediu Tita.

Sugestões

A fim de encontrar uma solução para o impasse, os parlamentares apontaram uma série de alternativas para a continuidade das aulas em um espaço mais apropriado. Enio Brizola (PT) sugeriu o aluguel de um imóvel mais próximo, até para evitar a evasão de alunos em virtude do deslocamento. Fernando Lourenço (SD) questionou a possibilidade da reforma de pontos mais urgentes para o retorno mais breve à Casa da Lomba. Felipe Kuhn Braun (PDT) e Naasom Luciano (PTB) alertaram para a necessidade de efetivar o serviço de restauro da melhor maneira possível, atentando a normas técnicas dos Institutos de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Estado (Iphae).

Raul Cassel (PMDB) levantou a possibilidade de utilizar a estrutura da Escola Municipal de Ensino Fundamental Bento Gonçalves para as aulas de música. Professor Issur Koch (PP), assim como o presidente do Conselho Municipal de Política Cultural, Henrique Schneider, manifestou preocupação com o possível desinteresse dos alunos com a descaracterização do projeto e sugeriu a mudança da Casa da Lomba enquanto entidade para um local provisório. Patricia Beck pediu para que Prefeitura e Cantalomba mantenham estreito contato e diálogo para a resolução do problema.