Câmara de Novo Hamburgo homenageia 20º aniversário do Colégio São Marcelino Champagnat
Com ensino gratuito, o supletivo, que surgiu a partir de iniciativa mantida junto à comunidade da Vila Iguaçu, no bairro Canudos, já formou mais de 2,3 mil alunos. O diretor do colégio, Antonio Morés, recorreu à história do Instituto Marista, que completa 200 anos em 2017, para explicar a importância do trabalho realizado. “Os irmãos maristas, que chegaram em Novo Hamburgo em 1915, sempre foram referenciais do jeito marista de educar, que iniciou com Champagnat atendendo camponeses durante a Revolução Francesa. Queremos proporcionar a conquista da autonomia intelectual e moral. Nosso grande propósito é formar cidadãos comprometidos com uma sociedade mais justa e fraterna. Temos a certeza de cidadãos hamburguenses tiveram sua vida transformada pelos colégios maristas. Novo Hamburgo encontra, sim, um ambiente fértil para um trabalho educacional de qualidade para pessoas em vulnerabilidade social”, pontuou.
Ex-aluno dos irmãos maristas na Vila Iguaçu, Brizola saudou as 18 turmas do colégio, presentes ao evento, e recuperou sua estreita relação com a obra marista em Novo Hamburgo. “Chegamos em 1980 à Vila Iguaçu, deixando a agricultura familiar no interior do Estado atrás do sonho de uma vida melhor. Passamos a ser vizinhos dos irmãos maristas. Demoramos a entender o porquê de eles terem tantos livros. Eles não estavam lá para mostrar o quão inteligentes eram, mas para serem distribuídos e lidos pelos grupos da EJA. Precisávamos lê-los para depois debatê-los em grupo. Tenho 37 anos de presença marista em minha vida”, contou o vereador.
“Fomos motivados a reivindicar melhores dias para a nossa comunidade e a participarmos de atividades culturais, em um momento em que o Brasil recém-saía do governo militar. Passamos a ter consciência de classe e de fé. Vocês têm a oportunidade de ter uma educação libertadora, que fará parte de toda a vida de vocês, que permitirá que vocês sejam protagonistas na construção de uma sociedade justa e ética”, complementou Brizola, que, ao lado de Nor Boeno, realizou a entrega de um quadro de homenagem a Morés.
Naasom Luciano (PTB) elogiou a maciça presença de alunos, professores e funcionários, e parabenizou a iniciativa mantida pelo colégio. “Estes espaços são fundamentais para que aconteçam transformações sociais em nossas vidas. Cada um que passa por aqui está na busca de conhecimento e oportunidades. Essa é nossa missão enquanto seres humanos que vivem em sociedade. Vivemos hoje a maior crise política do nosso país. E isso é reflexo de uma sociedade doente. Espaços como estes são importantes para promovermos transformações de dentro para fora nesse sistema. É possível construir um país, um estado e uma cidade melhores. Novo Hamburgo, o Rio Grande do Sul e o Brasil dependem de vocês”, salientou.
Alunos em primeiro plano
Vladi Lourenço (PP) parabenizou o Instituto Marista por manter o projeto ativo por duas décadas. “Nesses 20 anos, muitos alunos conquistaram seus diplomas e frequentaram o ambiente escolar marista. É um orgulho para a cidade contar com um colégio referência em ensino e conduta”, destacou. Representando a Província Marista, o Irmão Luciano Barrachini exaltou a importância dos alunos para o sucesso da iniciativa. “Os educandos são o sentido da nossa existência aqui em Novo Hamburgo. Eu também um dia fui aluno dessa escola. Acredite no potencial de cada um de vocês. Este momento é o nosso novo momento”, completou.
Representando a Assembleia Legislativa, o deputado estadual Tarcísio Zimmermann (PT) corroborou o discurso do irmão. “Essa homenagem é para os próprios alunos. São eles que dão sentido à existência dessa EJA, dos professores e de toda a equipe de apoio dessa organização religiosa. A vida muitas vezes nos apresenta muitas dificuldades. Estudar à noite, depois de trabalhar, não é fácil, requer muita determinação. Isso é motivo de orgulho para o nosso município e para o nosso país. Vocês estão estudando porque querem crescer legitimamente. A escola nos ensina a nos ajudar, mas também ensina a ajudar a sociedade. Façam com que isso valha a pena para vocês e também para a sociedade brasileira”, pediu.
O colégio
Com aulas noturnas de ensino fundamental e médio, a instituição leva o nome do fundador do Instituto dos Irmãos Maristas, congregação mundial com atuação em 82 países. Com ensino totalmente gratuito, o colégio teve início em uma ação voltada a pessoas carentes da Vila Iguaçu que integravam atividades pastorais na comunidade. Depois de quase duas décadas no bairro Canudos, o projeto transformou-se, em 11 de agosto de 1997, no Supletivo Champagnat, já instalado junto ao prédio do Colégio Pio XII.
Hoje, o Colégio Marista São Marcelino Champagnat, com seus cerca de 40 educadores, atende mais de 600 alunos.