Câmara de Novo Hamburgo abre CPI para investigar problemas no transporte coletivo

por Luís Francisco Caselani última modificação 21/05/2024 00h06
20/05/2024 – Menos de um mês após o início da operação do novo transporte coletivo em Novo Hamburgo, os diversos relatos de atrasos nas linhas, suspensão de serviços e utilização de veículos em qualidade aquém do prometido levaram um grupo de cinco vereadores a propor a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito. Colocado em votação durante a sessão desta segunda-feira, 20, o requerimento foi aprovado por 8 votos a 6. Essa é a primeira CPI aberta pela Câmara desde 2014, quando foi instaurado colegiado para analisar os serviços prestados pela AES Sul.
Câmara de Novo Hamburgo abre CPI para investigar problemas no transporte coletivo

Foto: Daniele Souza/CMNH

O pedido de criação de comissão para apurar os problemas relatados no transporte público foi assinado por Cristiano Coller (PP), Enio Brizola (PT), Gustavo Finck (PP), Inspetor Luz (PP) e Lourdes Valim (Republicanos). Durante a votação, somaram-se a eles os três integrantes da bancada do PSDB: Felipe Kuhn Braun, Raizer Ferreira e Tita. O quórum foi suficiente para garantir a instauração do colegiado, que será composto por um membro de cada partido com representação na Câmara, conforme ordena o artigo 78 de seu Regimento Interno.

Logo após a votação, os líderes de bancada foram chamados ao Plenarinho Pedro Thön para a indicação dos nomes. O grupo ficou formado por Enio Brizola (PT), Fernando Lourenço (Solidariedade), Inspetor Luz (PP), Ito Luciano (Podemos), Lourdes Valim (Republicanos), Raizer Ferreira (PSDB) e Ricardo Ritter – Ica (MDB). O início dos trabalhos deve ocorrer dentro de sete dias. A partir de então, o colegiado terá outros 120 dias (prorrogáveis por igual período) para realizar diligências, inquirir acusados e testemunhas, requisitar informações, convocar secretários municipais e elucidar os fatos.

Os resultados da apuração serão reunidos em relatório e finalizados com a elaboração de um projeto de resolução ou pedido de arquivamento. Se for o caso, as conclusões também serão encaminhadas ao Ministério Público.

Antes da votação, Enio Brizola defendeu a criação da comissão. Estamos tentando qualificar o transporte na cidade há 15 anos, mas sempre esbarrando na Justiça. Agora, quando entrou uma empresa nova, o que se tinha de expectativa para algo bom, com ônibus novos, como sempre lutamos, transformou-se em frustração total. As pessoas estão pagando outras modalidades de transporte para trabalhar, porque não tem ônibus. Primeiramente, tentaram colocar a culpa nos trabalhadores. Depois, responsabilizaram a falta de combustível, desmentida pela associação de distribuidores. Antes mesmo da enchente, já havia uma grande confusão de horários. Faltavam ônibus e chovia para dentro dos veículos. Aquilo que era para ser novo já é velho. Como se dará a volta às aulas sem transporte coletivo?”, indagou o vereador.