Câmara dá início à Semana Municipal do Meio Ambiente com programação especial até 10 de junho
Em seu discurso, o presidente da Comam ressaltou a importância da iniciativa. “É com grande satisfação que damos início às atividades da Semana do Meio Ambiente aqui na Câmara – um momento de reflexão, conscientização e, acima de tudo, de compromisso coletivo com a preservação do nosso planeta. Vivemos tempos em que as ações ambientais não podem mais ser adiadas. Cuidar do meio ambiente é garantir qualidade de vida, justiça social e futuro para as próximas gerações.”
O vereador também destacou os custos mensais da gestão dos resíduos sólidos no município, reforçando a necessidade de repensar hábitos. “Hoje o Município arca com custos significativos relacionados à coleta, transporte, transbordo e destinação final dos resíduos, o que revela não apenas o tamanho da operação necessária, mas também a urgência em buscarmos soluções mais sustentáveis e colaborarmos para a redução da geração de resíduos.” Por fim, o vereador frisou que, das cerca de 180 toneladas de resíduos recebidas por dia na Central da Roselândia, apenas 5% é reciclado.
A Semana do Meio Ambiente contará ainda, detalha Ica, com painéis e exposição fotográfica, abertos à população, com o objetivo de informar, mobilizar e inspirar atitudes mais sustentáveis no cotidiano dos hamburguenses. O evento segue até 10 de junho, incluindo o seminário “Descarte de resíduos: pra onde vai o que você joga fora?”, com palestras e debates.
Descarte irregular de resíduos gera prejuízo ambiental e financeiro
Na sequência, o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Anderson Bertotti, tomou a tribuna para abordar as ações e desafios enfrentados pelo Município na gestão ambiental. Em sua fala, o secretário destacou a importância do descarte correto de resíduos, tema central da programação deste ano, e reforçou o compromisso da administração pública com políticas sustentáveis e a melhoria da qualidade de vida da população.
Bertotti apresentou dados sobre o volume de resíduos coletados mensalmente em Novo Hamburgo, bem como os impactos ambientais e econômicos gerados pelo descarte inadequado. A destinação incorreta de resíduos sólidos tem causado impactos significativos ao meio ambiente e aos cofres públicos em Novo Hamburgo. De acordo com dados apresentados pelo secretário, os custos anuais com esse tipo de coleta ultrapassam R$ 2,7 milhões, valor que se soma aos investimentos em outras frentes de limpeza urbana, como a coleta domiciliar comum (R$ 18,9 milhões), cooperativas de reciclagem (R$ 5,8 milhões) e ecopontos (R$ 1,9 milhão). Tudo isso demanda uma logística complexa e investimentos significativos em infraestrutura e tecnologia.
O secretário também enfatizou as iniciativas já implementadas para estimular a reciclagem, a redução do desperdício e a educação ambiental nas escolas e comunidades.
A coleta domiciliar é realizada no mínimo três vezes por semana, enquanto a seletiva ocorre uma vez por semana – e diariamente na área central da cidade. Já resíduos industriais, móveis velhos e restos de podas devem ter destinação específica, não sendo contemplados pelo serviço tradicional. Para isso, a Prefeitura mantém dois ecopontos: o de Santo Afonso, na avenida Montevidéo, 520, e o de Canudos, na rua Estocolmo, 809, ambos com funcionamento de segunda a sexta, das 9h às 17h, e aos sábados, das 8h às 11h.
Entre os prejuízos ambientais gerados pelo descarte irregular estão a proliferação de vetores de doenças, o assoreamento e a contaminação de corpos hídricos, o comprometimento do tráfego e o aumento do risco de inundações. “As pessoas passaram por toda a situação da enchente no ano passado, mas, para economizar uma gasolina, não querem dar uma destinação adequada e optam por fazer o errado. É falta de caráter”, apontou o secretário.
Bertotti reiterou que a prática também configura crime ambiental, conforme a Lei Federal nº 9.605/1998 e o Decreto Federal nº 6.514/2008, prevendo reclusão de um a quatro anos, além de multas que variam de R$ 5 mil a R$ 50 milhões. A legislação também permite a apreensão de veículos e instrumentos utilizados nas infrações. “Eu entendo que a legislação devia ser mais rigorosa ainda."
Em 2024, foram emitidos 21 autos de infração por descarte irregular de resíduos em Novo Hamburgo. Até maio deste ano, já foram registradas 16 novas ocorrências e dois veículos apreendidos, evidenciando a continuidade do problema e a necessidade de conscientização da população.
Deza Guerreiro falou sobre o respeito que tem aos catadores e às cooperativas que fazem esse trabalho tão importante com os resíduos e reiterou a falta de responsabilidade das pessoas que fazem o descarte irregular. “Hoje recebi uma denúncia, do bairro Canudos, de que, além do lixo, havia um terneiro morto. A gente fica refletindo até onde vai a maldade humana”, questionou a parlamentar. Deza ainda destacou o trabalho de formiguinha que é o processo de conscientização da população e o trabalho de excelência realizado pelos profissionais do aterro de Minas do Leão.
Novo Hamburgo avalia ampliação de ecopontos e aposta na educação ambiental para combater descarte irregular
A Prefeitura de Novo Hamburgo estuda a instalação de novos ecopontos em diferentes regiões da cidade como medida para combater o descarte irregular de resíduos. De acordo com o secretário Anderson Bertotti, dois ou três novos locais estão sendo avaliados para receber unidades: os bairros Boa Saúde, Diehl e Roselândia – este último, mais afastado do centro urbano. Sobre o descarte de óleo de cozinha, os ecopontos e a maioria das escolas da rede municipal também funcionam como ponto de coleta. A iniciativa busca evitar o despejo do resíduo em pias, ralos e no meio ambiente. “Cada passo será muito bem pensado nessa escolha. Precisamos levar em conta a viabilidade técnica e as necessidades reais da população”, afirmou o secretário.
No momento, também foi reforçado o papel da educação ambiental como ferramenta fundamental para a mudança de comportamento da sociedade. “Investir nos pequenos é uma boa estratégia. Quando a criança cobra o pai por uma atitude consciente, o impacto é muito maior”, observou Bertotti. Para ele, apenas a punição não tem se mostrado suficiente para enfrentar o problema.
Os vereadores Daia Hanich (MDB), Enio Brizola (PT), Giovani Caju (PP), Juliano Souto (PL), Eliton Ávila (Podemos), Professora Luciana Martins (PT), Ito Luciano (Podemos), Ico Heming (Podemos), Joelson de Araújo (Republicanos) e o presidente Cristiano Coller (PP) defenderam a ampliação de políticas públicas voltadas à educação ambiental e questionaram o secretário sobre diversos pontos e ações. Por fim, a diretora de Limpeza Urbana, Cristiane Hermann, usou a tribuna para trazer mais esclarecimentos técnicos. Ela também frisou que, em Novo Hamburgo, o CataVida é, sim, uma política pública. O programa atua na coleta seletiva solidária e na gestão de resíduos. O objetivo é reduzir impactos ambientais e proporcionar melhores condições de vida e trabalho aos catadores.
Confira as manifestações na íntegra: