Câmara aprova instituição da Procuradoria Especial da Mulher

por Luís Francisco Caselani última modificação 12/12/2017 15h48
11/12/2017 – Os vereadores hamburguenses aprovaram por unanimidade nesta segunda-feira, 11 de dezembro, o Projeto de Resolução nº 14/2017, apresentado pela Mesa Diretora, que institui a Procuradoria Especial da Mulher, composta por uma procuradora designada pelo presidente da Câmara a cada dois anos, sempre no início dos anos ímpares. Se aprovado em segundo turno, no entanto, a primeira designação ocorrerá imediatamente após a promulgação da resolução.

O PR nº 14/2017 estabelece como competências da Procuradoria o zelo pela defesa dos direitos da mulher; o incentivo à participação das parlamentares em suas ações, nos trabalhos legislativos e na administração da Casa; o recebimento e encaminhamento de denúncias de violência e discriminação contra a mulher aos órgãos competentes; a sugestão e fiscalização de programas do Executivo que visem à promoção da igualdade de gênero, assim como a implementação de campanhas educativas e antidiscriminatórias; a cooperação com instituições públicas e privadas voltadas à implementação de políticas para as mulheres; a promoção de audiências públicas, pesquisas e estudos sobre violência e discriminação, bem como sobre a participação política da mulher; e o auxílio às comissões da Câmara na discussão de proposições que tratem do direito relativo à mulher ou à família.

O texto estabelece ainda que a Mesa Diretora deverá, dentro de 90 dias a partir da publicação da resolução, estabelecer a estrutura administrativa da Procuradoria. A iniciativa do projeto surgiu a partir de reuniões da Rede Integrada Laço Lilás, reunindo Poder Legislativo, Brigada Militar, Polícia Civil, Patrulha Maria da Penha, Defensoria Pública, Juizado de Violência Doméstica, Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres, Ministério Público, Centro de Referência Viva Mulher e Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim).

A presidente da Câmara, Patricia Beck (PPS), detalhou os motivos que levaram à criação do órgão. “Este projeto nasceu de uma discussão ampla realizada desde março. Queremos que os números de casos de violência doméstica continuem caindo devido ao trabalho conjunto de referência dos diferentes braços envolvidos nessa atuação. Queremos colocar a Câmara como mais uma porta de acesso para as mulheres em estado de violência. Criaremos também a possibilidade de nossas suplentes interagirem junto à Procuradoria e atuarem de forma mais próxima à questão e ao trabalho parlamentar. Este é um tema de extrema importância e que é pautado diariamente em razão de diferentes situações”, ressaltou.

A aprovação em primeiro turno

Na Câmara de Novo Hamburgo, os projetos são sempre apreciados em plenário duas vezes. Um dos objetivos é tornar o processo (que se inicia com a leitura da proposta no Expediente, quando começa sua tramitação) ainda mais transparente. O resultado que vale de fato é o da segunda votação, geralmente realizada na sessão seguinte. Assim, um projeto pode ser aprovado em primeiro turno e rejeitado em segundo – ou vice-versa.