BR-116: Solução para o acesso ao bairro Roselândia deve encabeçar pautas pleiteadas por comissão
Na manhã desta sexta-feira, 21, os vereadores Cristiano Coller (PTB), Enio Brizola (PT) e Lourdes Valim (Republicanos) foram até o local para conversar com moradores. Enquanto aguardam pela construção de um viaduto, cidadãos sugerem algumas adequações para atenuar a situação. Entre os apontamentos feitos estão reforços na sinalização e na iluminação da rodovia, implantação de redutores de velocidade e a construção de uma passarela para pedestres.
Morador do bairro Roselândia, o motociclista Florosvaldo Júnior sentiu de perto os problemas causados pela falta de atenção ao trecho após perder um vizinho em um acidente automobilístico. Ele explicou que, desde o recapeamento asfáltico realizado no início deste ano, os tachões que separavam as duas mãos da via foram retirados. A ausência de olhos de gato e de iluminação dificulta a identificação das divisões da pista. Florosvaldo acrescentou ainda que a colocação de uma placa de aviso antevendo a existência do semáforo impediria freadas mais bruscas e tornaria o trecho mais seguro.
“Essas melhorias resolveriam por enquanto. Mas o nosso pedido sempre foi o viaduto, projeto muito antigo que foi postergado e postergado. As vidas estão sendo levadas e não fazem o bendito viaduto. Não queremos mais ver pessoas feridas ou mortas por negligência”, asseverou.
Estância Velha
Os problemas encontrados no trecho não são enfrentados apenas por hamburguenses. Moradores do bairro Rincão Gaúcho, na vizinha Estância Velha, também relatam as dificuldades vivenciadas diariamente. É o caso do caminhoneiro Luiz Souza. Em conversa com os vereadores, o trabalhador salientou a importância de uma passarela devido às frequentes travessias de pedestres de um bairro ao outro. “Consumimos praticamente tudo em Novo Hamburgo. Não temos nem linha de ônibus para Estância Velha. Só o que pedimos é segurança. Não sabemos se nossos filhos chegarão vivos em casa. O índice de acidentes é muito grande”, lamentou. Segundo Souza, foram nove vítimas fatais apenas este ano na região.
Presidente da comissão especial, Enio Brizola explicou aos cidadãos que o grupo foi criado após anúncio do Dnit sobre uma série de investimentos projetados para os próximos anos no trecho que liga o Vale do Sinos à Capital. O colegiado quer participar do diálogo para pontuar as principais necessidades dos hamburguenses. Brizola também antecipou que pretende convidar os parlamentares de Estância Velha para se somarem ao debate. “Queremos ajudar na mobilização política para acelerar a aplicação de recursos públicos na nossa região. O trecho aqui da Roselândia é o principal gargalo de Novo Hamburgo. É um bairro com uma população significativa e uma rodovia de circulação regional. Os moradores precisam ser percebidos e ouvidos nesse processo”, afirmou.
Brizola também fez coro às reclamações colhidas junto aos moradores durante a vistoria desta sexta-feira. “A escuridão provocada pela falta de iluminação, especialmente no inverno, colabora para um ambiente que favorece os acidentes. São obras que consideramos emergenciais e necessárias para conter o alto número de mortes que temos aqui”, frisou. Lourdes Valim reiterou o maior cuidado com a sinalização da rodovia. “De emergência mesmo, temos que cobrar a colocação de olhos de gato. As pistas estão misturadas depois do recapeamento. A prioridade neste momento é demarcar a rodovia e reforçar a iluminação. E, claro, precisamos do viaduto que está prometido há anos”, ressaltou.
Além dos três vereadores que participaram da vistoria, a Comissão Especial de Acompanhamento dos Estudos, Projetos e Obras na BR-116 conta também com o trabalho dos progressistas Felipe Kuhn Braun e Gustavo Finck.
Comissões especiais
Previstas pelo artigo 77 do Regimento Interno da Câmara, as comissões especiais do Legislativo hamburguense são constituídas para analisar matérias de relevância, podendo encaminhar a convocação de secretários municipais e diretores de autarquias, bem como promover audiência pública. Os grupos são compostos por no mínimo três membros, observando, sempre que possível, a proporcionalidade partidária. Com prazo determinado de encerramento, as comissões especiais são concluídas com a apresentação de relatório ou projetos de lei, resolução ou decreto legislativo.