Atendimento domiciliar reduz internações e melhora recuperação de pacientes
Foto: Pyetra Trindade/CMNH
Autor do requerimento, Joelson destacou a relevância do serviço para a comunidade. O vereador, que se define como um ferrenho fiscalizador na área da saúde, relatou que jamais recebeu quaisquer queixas sobre o trabalho do SAD. “Se todo mundo que trabalha na saúde tivesse o comprometimento de vocês, nós teríamos uma saúde pública de excelência”, afirmou.
À frente do SAD desde 2019, a enfermeira Danielle explicou o funcionamento do serviço, vinculado ao Programa Melhor em Casa, do Sistema Único de Saúde (SUS). O programa prevê atendimento domiciliar para usuários que necessitam de cuidados multiprofissionais, transitórios e intensificados, no mínimo semanais. São admitidos pacientes com afecções agudas ou crônicas, que precisam de tratamentos parenterais ou outros procedimentos frequentes; aqueles em reabilitação com possibilidade de ganho funcional; e pessoas em cuidados paliativos, que demandam visitas sequenciais para manejo de sintomas não controlados.
O SAD realiza cerca de 490 atendimentos mensais, incluindo consultas médicas, reabilitação domiciliar, acompanhamento de fisioterapia, nutrição, fonoaudiologia e, principalmente, procedimentos de enfermagem. Em média, 120 pacientes são atendidos por mês. Danielle ressaltou que, desde fevereiro deste ano, o serviço passou a funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana. Segundo ela, a atuação é essencial para evitar internações prolongadas, reduzir riscos de infecções hospitalares, proporcionar mais conforto ao paciente e familiares, diminuir impactos emocionais ao permitir a reabilitação em casa e garantir a disponibilidade de leitos hospitalares para quem necessita de internação.
“O SAD é um braço do hospital que serve para desafogar as unidades de saúde e dar mais qualidade de vida aos pacientes. Atendemos pessoas que são invisibilizadas pela sociedade, como os acamados, que são totalmente dependentes e utilizam dispositivos para se manterem vivos”, frisou a médica Nathália Heck. O acompanhamento, segundo ela, é realizado por 60 dias e depois segue na atenção básica. Cerca de 70% dos pacientes são oruindos do Hospital Municipal; os demais chegam por encaminhamento das UBSs e USFs ou de internações em hospitais como Santa Casa, Clínicas e Conceição. Nathália destacou ainda que recentemente foi publicada, em conjunto com a Fundação de Saúde, uma nota técnica estabelecendo critérios de ingresso ao programa pela atenção básica. Para ela, o maior desafio está nos pacientes crônicos, que necessitam de acompanhamento especializado por anos, sem perspectiva de melhora.
O fisioterapeuta Dionathan Marques detalhou o trabalho de reabilitação física, que busca preparar a transição para o cuidado em casa e auxiliar pacientes que, após a recuperação, poderão retornar às atividades laborais. Ele explicou que a equipe atua de forma técnica, capacitando cuidadores e prevenindo complicações futuras, como em pacientes diabéticos, acamados ou com risco de pneumonia por microaspiração.
O SAD está localizado junto ao Ambulatório de Especialidades da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH).
Manifestação dos Vereadores
Ico Heming (Podemos) questionou se o serviço atende toda a demanda do município e se fornece equipamentos e acessórios necessários ao cuidado. Danielle respondeu que sim, lembrando que há rotatividade e percentual de altas. Ela destacou ainda que o município realiza empréstimos de camas hospitalares, aspiradores de vias aéreas e insumos descartáveis para dietas e curativos. O parlamentar recordou que, em 2015, a Câmara repassou um de seus automóveis para a equipe do SAD.
Enio Brizola (PT) ressaltou a importância do serviço e contou que, em sua vizinhança, duas pessoas acamadas tiveram significativa melhora após atendimento do SAD, inclusive com redução da rotatividade de cuidadores.
Ricardo Ritter – Ica (MDB) elogiou a atuação dos profissionais e reforçou o impacto positivo na redução de internações.
Professora Luciana Martins (PT) perguntou sobre a contrapartida do município em relação aos recursos da União. Danielle explicou que o custeio federal não cobre todas as despesas e que a contrapartida municipal é maior, devido ao alto custo de materiais hospitalares, deslocamentos, curativos especiais e medicamentos.
Eliton Ávila (Podemos) parabenizou a equipe e citou o caso de um amigo que recebeu atendimento humanizado do SAD por vários anos.
Deza Guerreiro (PP) agradeceu o trabalho desenvolvido e reforçou as falas anteriores sobre sua importância.
Ito Luciano (Podemos) classificou o SAD como um dos melhores serviços de saúde oferecidos pelo município.
Já o presidente Cristiano Coller (PP) pediu mais informações sobre os atendimentos de fisioterapia, relatando que muitos cidadãos o questionam sobre a possibilidade de realizar as sessões em casa.