Associações pedem apoio para viabilizar abertura do Centro de Atendimento do Terceiro Setor
“Quando tomamos posse, no dia 8 de abril, o susto foi grande. A situação era muito pior do que poderíamos imaginar. Havia vazamentos de água, infiltrações, canos de esgoto pluvial entupidos, gesso caído, paredes se desmanchando e muito mofo. Ficamos semanas desinfetando o prédio”, contou Elisa, convidada à tribuna a pedido da vereadora Professora Luciana Martins (PT).
Além da SOS do Bem, também integrarão o complexo as associações de Apoio a Portadores de Mucoviscidose do RS (Amucors), de Pais e Amigos do Autista (AMA NH) e dos Deficientes Visuais de Novo Hamburgo (Adevis-NH), o Banco de Alimentos da Região do Calçado (Barc) e o Instituto Semente do Bem. Elisa explicou que a ideia foi convidar entidades que não possuem sede própria e que poderiam redirecionar os gastos com aluguel e condomínio para ampliar os atendimentos prestados. “A cessão é gratuita. Só repartiremos uma pequena despesa de água e luz. Estão todos bem felizes. Nosso grupo é muito unido. Todos temos a mesma finalidade, que é atender a comunidade”, reiterou.
As melhorias, no entanto, ainda prosseguem. O foco principal agora é a reforma da parte elétrica. Além disso, estão previstas a colocação de grades de alumínio nas janelas, a substituição dos corrimãos, a limpeza externa do prédio e sua posterior pintura. Ajustes para a aprovação do plano de prevenção contra incêndios também serão necessários. “Estamos reformando a partir das doações que recebemos e graças ao trabalho dos muitos voluntários que nos ajudam. Mas precisamos de mais. Estamos em busca de verba para trocar toda a parte elétrica. Nosso foco é a segurança. Não queremos correr nenhum risco. Muita gente vai frequentar esse prédio todos os dias”, antecipou.
“Toda forma de apoio é importante. Os móveis, por exemplo, foram doados por uma empresa e equiparão praticamente todas as entidades. Precisamos de recursos para a compra de materiais. Mas os voluntários são o mais importante. Faltam marceneiros, jardineiros e profissionais que montem divisórias. Precisamos de um técnico de ar-condicionado. São demandas que, se alguém puder fazer voluntariamente, nos ajudaria muito. Cada movimento nos deixa mais próximos de ocupar o prédio. Acreditamos que ele possa fazer a diferença em Novo Hamburgo”, afirmou a advogada, que salientou o acolhimento imediato dos vizinhos, muitos dos quais já recrutados como voluntários. “Eles estão felizes com a nossa presença”, garantiu.
Elisa lembrou ainda que, em emendas ao orçamento deste ano, os vereadores destinaram à ONG um valor total de R$ 32,5 mil. Ela quer tentar aproveitar esses recursos, ainda em posse da Prefeitura, para a realização de parte das reformas necessárias.
Ao final de sua manifestação, diversos vereadores externaram satisfação com a abertura do novo complexo e se disponibilizaram a auxiliar na captação de doações e voluntariado. Deza Guerreiro (PP) sugeriu que os próprios parlamentares utilizem suas redes sociais para ampliar o alcance dos pedidos. Daia Hanich (MDB), Eliton Ávila (Podemos) e Felipe Kuhn Braun (PSDB) parabenizaram as entidades pela iniciativa.
Luciana Martins ressaltou a importância de as associações contarem com salas mais amplas para o desenvolvimento de suas atividades. Elisa trouxe a informação de que a mudança permitirá à AMA NH, por exemplo, ampliar de uma para seis crianças o número de atendimentos simultâneos, hoje impossibilitados devido a restrições de espaço. Luciana enalteceu a atitude do Governo Federal em ceder o prédio público. “É uma política que traz um grande impacto para a comunidade de Novo Hamburgo. Essas cessões de uso não são favores. São um reconhecimento e uma valorização ao trabalho comunitário desempenhado por entidades que, muitas vezes, exercem uma atividade que não é realizada pelo poder público”, sustentou.
Enio Brizola (PT) corroborou a fala de sua colega de bancada e acrescentou a importância da medida para a promoção da inclusão social. “Prédios sem uso resultam nessas condições de precariedade e abandono. Esse esforço que vocês vêm fazendo impactará positivamente o trabalho de cada entidade”, frisou. Ito Luciano (Podemos) lamentou que o prédio tenha sido entregue pela União sem um aporte financeiro que auxiliasse em sua recuperação. Brizola e Luciana creditaram a situação atual do imóvel a um suposto descaso da Prefeitura, a quem teria sido cedido após sua última desocupação. “A gestão anterior não cuidou e, por isso, o prédio está nessas condições”, afirmou a vereadora petista.
Antes de se despedir da tribuna, Elisa fez questão de exaltar o trabalho prestado pelas cinco entidades que se somaram à SOS do Bem NH na criação do Cats. “São pessoas que se dedicam demais pela comunidade de Novo Hamburgo e que merecem esse esforço pela recuperação do prédio. Vamos torcer para que a gente conclua o mais rápido possível”, expressou.