Associações locais de aposentados criticam entidades fraudulentas e pedem apoio para manutenção de suas atividades
Fotos: Tatiane Lopes/CMNH
Convidados à tribuna por iniciativa da vereadora Daia Hanich (MDB), os dirigentes criticaram as entidades fraudulentas e pediram sua desvinculação do esquema. Presidente da Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas de Novo Hamburgo (AtapNH), Idailton Velho relatou o bloqueio dos valores que antes eram recebidos de seus 3,1 mil associados. “Estamos buscando alternativas para não fechar. Teremos que começar do zero”, lamentou o presidente, que destacou os serviços prestados pela entidade, como assistência médica, sessões de fisioterapia, atividades esportivas, atendimento psicológico e descontos em consultas odontológicas. A AtapNH completa 40 anos em 2025.
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“É preciso separar o joio do trigo”, suplicou Mauro Guedes, vice-presidente da Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas de Canoas (Atapec). “Temos mais de cem associações em todo o Rio Grande do Sul, ligadas a uma federação, com assembleias e prestações de contas. Tudo transparente. Misturaram as boas com as ruins. Mas queremos separar as que prestam serviços das falcatruas. Estamos vendo nosso trabalho, movimento em defesa dos direitos de idosos e aposentados, jogado na lata do lixo. As autoridades estão desprezando aquelas que prestam o serviço correto. É o desmanche de uma atividade social”, condenou Guedes.
Presidente da associação canoense e vice-presidente da Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap), Carlos Olegário informou que o corte linear das contribuições às entidades deve desempregar mais de mil prestadores de serviços. “As autoridades sabem exatamente quem fraudou. Não tem por que prejudicar as demais”, cobrou. “Os aposentados foram usurpados por associações fantasmas, que cadastravam 1,5 mil pessoas por hora. A Previdência Social inclusive foi alertada. Como não viram essas entidades listando milhares e milhares de novos associados?”, indagou Guedes.
Ao final das manifestações, diversos vereadores se posicionaram em apoio ao pleito dos convidados. Em resposta a uma sugestão do próprio Mauro Guedes, o vereador Ricardo Ritter – Ica (MDB) conclamou os colegas para a elaboração de uma moção em defesa dessas entidades. “Que sejam punidos apenas os responsáveis, e não um corte linear em todos os repasses”, asseverou o emedebista.
“Essas associações desempenham um papel fundamental na defesa dos direitos dos nossos aposentados, especialmente diante de uma questão extremamente grave como foi esse esquema fraudulento. É inadmissível que, após uma vida inteira de trabalho e contribuição, nossos aposentados ainda tenham de enfrentar todo esse tipo de abuso”, sentenciou Daia Hanich. “O que vivemos é um desmonte das entidades e a criminalização dos movimentos sociais. Tem que ser investigado e penalizado quem comete crimes”, opinou Professora Luciana Martins (PT). “Não podemos deixar desassistidos quem tanto contribuiu para o Brasil”, finalizou Ito Luciano (Podemos).