Arquiteto será homenageado com nome de rua na Vila Palmeira

por Luís Francisco Caselani última modificação 29/05/2018 00h12
28/05/2018 – O Legislativo hamburguense aprovou por unanimidade na noite desta segunda-feira, 28 de maio, em primeira votação, o Projeto de Lei nº 12/2018, apresentado por Cristiano Coller (Rede), que nomeia via pública no bairro Santo Afonso em homenagem ao arquiteto e servidor público José Mauro Peixoto. Arruamento do processo de regularização fundiária da Vila Palmeira, a via tem início na rua Primavera, seguindo em direção sul até encontrar a rua 16. O texto será novamente apreciado pelos vereadores nesta quarta-feira, dia 30.
Arquiteto será homenageado com nome de rua na Vila Palmeira

Foto: Daniele Souza/CMNH

Coller lembrou sua estreita relação com o homenageado e destacou o envolvimento de Peixoto na vida pública hamburguense e na organização de gincanas e campeonatos esportivos. “Queremos indicar o nome de Maurinho, como é carinhosamente conhecido, pelos relevantes serviços prestados ao Município. Este é um momento em que podemos homenagear uma pessoa muito especial. Agradeço a Maurinho pelo exemplo de servidor público dedicado que sempre foi”, ressaltou.

Professor Issur Koch (PP) lastimou a impossibilidade legal de fazer a homenagem em vida. “Seria tão importante as pessoas poderem acompanhar a entrega desse reconhecimento. Quem pôde se criar dentro do Atiradores, sabe que Maurinho foi referência, sempre bem-disposto e trabalhando muito. Essa homenagem também compensa todos os momentos em que ele não pôde estar junto a sua família em razão de seu envolvimento social, dedicando seu tempo a terceiros. Hoje, de certa forma, trazemos esse reconhecimento por tudo o que ele fez e eternizamos o Maurinho na cidade de Novo Hamburgo”, salientou.

Representando a bancada do MDB, Raul Cassel enalteceu a capacidade que o arquiteto tinha de se relacionar com as pessoas. “Em quatro mandatos, nunca presenciei um número tão significativo de pessoas presentes para a apreciação de projeto que concede nome de rua. E isso é significativo e explicado pela forma como Maurinho impactou a vida de diversas pessoas. Temos o dever de levar adiante essa memória, fazendo o mínimo para devolver o que ele fez sempre com muito boa vontade e humor”, recordou. “Tivemos uma relação de amizade muito estreita. Sempre que me procurava para assuntos relacionados a segurança pública, procurei atendê-lo da melhor maneira”, contou Inspetor Luz (MDB).

O presidente da Câmara, Felipe Kuhn Braun (PDT), complementou a fala de seu colega afirmando que a recíproca também era verdadeira. “O Maurinho sempre nos atendeu da melhor forma possível, entendendo a vida como uma forma de dar amor e carinho a todos à sua volta. Além de ser uma pessoa engajada e empreendedora, é alguém que será sempre levado nos corações e nos pensamentos de todos que tiveram algum tipo de convivência com este grande homem. Temos a certeza de que, por intermédio desta justa homenagem, seu nome não ficará esquecido”, exaltou Felipe, que ainda cumprimentou a presença do ex-prefeito de Porto Alegre José Fortunati, em cuja gestão Maurinho trabalhou.

Entre as muitas pessoas que compareceram à votação do projeto, Carlos Gustavo Peixoto, filho do homenageado, foi convidado a ocupar a tribuna. Morador de São José dos Campos, no interior paulista, ele agradeceu aos parlamentares pelo reconhecimento prestado e, emocionado, declamou a poesia “Meu pai e eu”, do letrista gaúcho Antônio Augusto Ferreira. “Uma das pessoas que sempre me incentivou a sair de casa para buscar melhores opções de trabalho foi justamente meu pai, que chegava a ficar irritado quando eu retornava. Dentro de casa ele era uma pessoa muito firme, querendo mostrar que tínhamos que brigar pelo nosso sucesso”, revelou Peixoto.

Histórico

José Mauro dos Santos Peixoto nasceu em Porto Alegre em 5 de março de 1954. Maurinho, como era conhecido, formou-se em arquitetura e urbanismo pelo Centro Universitário Ritter dos Reis, onde também presidiu o diretório acadêmico. Um dos primeiros representantes comerciais da empresa Modulados Vogue no Estado, foi ativo integrante da equipe desenvolvedora do projeto de regularização do núcleo habitacional Vila Farrapos, em Porto Alegre. Em 1980, mudou-se para Novo Hamburgo com sua família, onde assumiu a gerência comercial do estabelecimento Móveis Líder. Também no setor de mobiliários planejados, inaugurou quatro unidades da loja Kantos & Spaços.

Na década de 1990, candidatou-se ao cargo de vereador, ficando na suplência. Convidado pelo então prefeito José Airton dos Santos, assumiu a Diretoria de Estudos e Projetos, pela qual pôde desenvolver projetos como a Estação Rodoviária Normélio Stabel, o Paradão da avenida Primeiro de Março e o Centro Administrativo Leopoldo Petry. Também exerceu o cargo de secretário de Educação, quando realizou um trabalho de aproximação entre comunidade escolar, diretores, professores e poder público, e promoveu a construção de novas escolas e creches. Devido ao destaque de seu trabalho, foi convidado por José Fortunati para atuar durante sua gestão na Prefeitura de Porto Alegre.

Após sua chegada a Novo Hamburgo, Maurinho logo se associou ao Grêmio Atiradores, onde atuou como diretor em diferentes setores, coordenando desde bloco de carnaval até o departamento de escotismo, do qual foi fundador. Foi secretário e diretor social da agremiação entre 1991 e 1995, além de ter sido conselheiro por oito anos consecutivos. Maurinho coordenou ainda o grupo Pensando Novo Hamburgo, entre 2004 e 2005, quando implementou forte campanha pela extensão da linha da Trensurb. Ainda integrou o Coral da Prefeitura, presidiu a Sociedade de Canto Sempre Viva e foi membro do Esporte Clube Bento Gonçalves, de Lomba Grande. Casado com Isabel Cristina, foi pai de três filhos, que, por sua vez, lhe deram oito netos. Faleceu em 2017, no dia de seu 63º aniversário.

Leia na íntegra o PL nº 12/2018.

A aprovação em primeiro turno

Na Câmara de Novo Hamburgo, os projetos são sempre apreciados em plenário duas vezes. Um dos objetivos é tornar o processo (que se inicia com a leitura da proposta no Expediente, quando começa sua tramitação) ainda mais transparente. O resultado que vale de fato é o da segunda votação, geralmente realizada na sessão seguinte. Assim, um projeto pode ser aprovado em primeiro turno e rejeitado em segundo – ou vice-versa.