Ambientalista defende máximo aproveitamento de resíduos
O Lixo Zero se assenta nos chamados “quatro Rs”: repensar (acabar com a ideia de que resíduos são sujos e igualmente descartáveis), reutilizar (aproveitar ao máximo os materiais antes mesmo de encaminhá-los para a reciclagem), reduzir (gerar o mínimo possível de lixo) e reciclar (aproveitar o resíduo como matéria-prima para outro produto). “‘Lixo’ é uma palavra pejorativa. Na verdade, nós temos três grandes classificações de resíduos: orgânicos, recicláveis e rejeitos. Lixo se trata da mistura que fazemos dos resíduos que temos em casa, enquanto poderiam estar em seu estado natural funcionando como matéria-prima”, informou.
De acordo com Geraldine, são quatro os principais instrumentos para evitar a transformação de resíduo em lixo: coleta seletiva, logística reversa, incentivo ao desenvolvimento de cooperativas e educação ambiental. “O objetivo é sempre não gerarmos resíduos. Se gerarmos, nós temos que desviá-los de aterros ou incineração. O Lixo Zero elimina a destinação final. Para isso, precisamos de políticas públicas e mais responsabilidade individual. Temos que trabalhar a conscientização, a redução da geração e o anticonsumismo, a manutenção da separação na origem, o sistema de coleta diferenciada, a compostagem, a desconstrução e reutilização, a reciclagem, iniciativas econômicas, a pesquisa e o redesign. Queremos que as pessoas não mais descartem seus resíduos, mas os encaminhem como matéria-prima”, concluiu.
Cassel lamentou a necessidade de legislações impositivas para vislumbrar algum avanço ambiental. “Depois de políticas públicas que permitem que as pessoas façam escolhas, temos que partir para um momento em que regras definam o que deve ser feito para que as coisas, então, aconteçam. Esperamos que essa sua exposição surja como uma semente em uma educação coletiva progressiva”, projetou. Enio Brizola (PT) se propôs a auxiliar na construção de ferramentas de orientação ambiental. “Aponto o cooperativismo como um aliado a esse projeto. Temos uma experiência nesta cidade que precisa ser potencializada e reestruturada, que é o Catavida”, sinalizou.
Professor Issur Koch (PP) lembrou a grande quantidade de resíduos que são retirados regularmente para desentupimento de bueiros, bocas de lobo e desobstrução de arroios. “É uma pena que essas questões ainda não estão culturalmente absorvidas pela nossa sociedade. E é preciso também uma conscientização para quem produz. Mas acho importante já estarmos pensando, enquanto país, em políticas para a redução do acúmulo de resíduos”, apontou.
A vereadora Patricia Beck (PPS) pediu que haja maior subsídio de informações para que os cidadãos tomem decisões corretas. “As pessoas precisam ser orientadas de que existem lugares para retornar materiais, e onde eles ficam. E isso ainda é um grande problema no nosso Município”, salientou. Vladi Lourenço (PP) cobrou um esforço permanente de conscientização. “O Dia do Meio Ambiente, comemorado este mês, deveria ser trabalhado todos os dias. Precisamos atuar mais na conscientização contínua da nossa população”, complementou. “Além do ganho ambiental, podemos diminuir esse encaminhamento de resíduos e, com isso, dar fôlego ao nosso orçamento”, finalizou o presidente da Câmara, Felipe Kuhn Braun (PDT).