Vereadores realizam sessão comunitária na Vila Kroeff
O encontro, realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Réus, foi uma solicitação da Associação Comunitária dos Moradores do Loteamento Nações Unidas – ACMLU. Estiveram presentes o presidente da Câmara, Gilberto Koch – Betinho (PT), Anita Lucas de Oliveira (PT), Jesus Maciel Martins (PTB), Sergio Hanich – Serjão (PMDB) e Raul Cassel (PMDB). A vereadora Carmen Ries (PT) justificou sua ausência em ofício lido durante a atividade, destacando a importância do tema que seria debatido.
A diretora da instituição de ensino, Rosemeri de Mello, relatou que a escola não consegue atender a totalidade das crianças existentes nos dois loteamentos da Vila Kroeff: Nações Unidas e Novo Nações. Ela explicou que, ao longo dos anos, foram construídas muitas casas na região, mas não se pensou na infraestrutura educacional necessária. Sobre o local para abrigar a instituição de ensino, apontou como alternativa a área ocupada por um dos três campos de futebol existentes no bairro – Nações Unidas, Olaria e Canto do Rio. De acordo com Rosemeri, a prioridade da Vila Kroeff é a construção de uma nova escola. Ela informou que não há como expandir a existente, por isso, é necessária uma outra instituição de ensino. Ao todo, são cerca de 600 alunos, 150 deles estão no Projeto Mais Educação, que atende os estudantes das 7h30min até as 17h.
A moradora Mercedes Strassburger concorda que a construção de um colégio deve vir em primeiro lugar. “A nossa escola está apertada. Nosso bairro é carente. As crianças precisam estar dentro da sala de aula.” Ela relatou que a Padre Réus só tem até a antiga sexta série, atual sétimo ano. Essa lacuna, até o ensino médio, acaba fazendo com que os alunos abandonem os estudos, pois as outras instituições de ensino ficam muito longe. “Muitos pais não têm condições de pagar ônibus para o deslocamento dos estudantes”, esclareceu Maria Terezinha Ramgrab Flores.
Paulo Oliveira, ex-aluno da escola Padre Réus, comentou que a sala de aula na qual estava sendo realizada a sessão comunitária era a mesma em que estudou no começo da década de 1960. Segundo ele, não haviam sido feitas melhorias.
Vilmar Paulo Ribeiro, presidente da ACMLU, relatou que os moradores do loteamento, que vivem na parte não regularizada, enfrentam o drama de terem suas casas invadidas pela água e pelo esgoto em dias de chuva. Aproveitou a oportunidade para solicitar a retirada das pessoas das áreas de risco.
A moradora Kamilla Maciel Carvalho, que vive há sete anos no loteamento, reiterou o apelo pelo regularização das casas. “Dez minutos de chuva são suficientes para encher muitas casas”, afirmou.
O líder comunitário Jorge Tatsch foi enfático ao falar sobre a importância da remoção do Canil Municipal do bairro Santo Afonso. Segundo ele, além do mau cheiro, os moradores sofrem com o barulho. Em 2007/2009, segundo Betinho, o seu gabinete encaminhou indicação solicitando a retirada do canil. Ele declarou que os estudos por parte do Executivo estão bem adiantados para resolver esse problema.
Natalício dos Santos, membro da ACMLU, reiterou a necessidade de um posto policial. Além disso, falou que a comunidade quer a manutenção de um campo público de futebol. Assim como ele, o morador Maurício pediu apoio para o time do Nações Unidas. “Não temos um local para o grupo se reunir. Colocamos cinco categorias no campeonato. Precisamos fazer a nossa sede. Gostaríamos de ter reconhecida a utilidade pública da nossa entidade. É necessário um trabalho de base com a gurizada para evitar que eles acabem se envolvendo com drogas”, afirmou.
Anita Lucas de Oliveira aconselhou os moradores a levarem as reivindicações à assembleia do Orçamento Participativo, que ocorrerá no próximo dia 14 de maio, às 19h, na Escola Municipal Harry Roth (rua Montevidéu s/nº – Santo Afonso). Destacou que as discussões e os apelos da comunidade foram relevantes, e que as prioridades variam de acordo com o indivíduo que as reivindica: para os professores, a escola é essencial, por sua vez, para os médicos, o posto de saúde é o mais importante.
Jesus Maciel Martins falou sobre a importância de uma associação de moradores forte e atuante. Para ele, a sessão comunitária é um espaço de reivindicação, no qual os vereadores têm a oportunidade de ouvir a população. Para o vereador, o campo de futebol não inviabiliza a escola. Ele disse que o esporte é fundamental para tirar os jovens das ruas e evitar o contato com as drogas.
Para Sergio Hanich, a área do Canil Municipal poderia abrigar o colégio, a creche e o posto policial, sugerindo a construção de um prédio com vários pavimentos. “Antes de ser tomada qualquer atitude, precisamos retirar o canil e levá-lo para Lomba Grande”, acrescentou. O parlamentar também afirmou ser contrário ao repasse de recursos a times de futebol que cobram para dar aula ou orientações para os jovens atletas, frisando a necessidade de se apoiar aqueles que atendem gratuitamente a comunidade.
Raul Cassel alertou os moradores que não cabe aos parlamentares pôr em andamento as obras solicitadas. Lembrou que cabe aos vereadores incluir emendas ao Orçamento do Município, mas a responsabilidada da execução das obras é da Prefeitura. O parlamentar declarou que faltam áreas na cidade para novas construções. Por isso, salientou ele, a necessidade de construção de escolas que tenham dois ou três andares. Cassel orientou os moradores a escolher a prioridade número um para o pleito ter mais força e chance de ser atendido.
Ao término, Gilberto Koch declarou que pelo número de habitantes, a Vila Kroeff poderia, inclusive, ser considerada um bairro. Citou algumas ações que já estão sendo realizadas na região. Betinho informou aos presentes que duas equipes da Saúde da Família irão começar a atender. O vereador mencionou também que está buscando a instalação de uma escola de ensino técnico/profissionalizante no bairro. De acordo com ele, o assunto já foi debatido com o secretário estadual de Educação e tem chances de se concretizar. Ele informou à comunidade que todas as demandas debatidas serão encaminhadas ao Poder Executivo.