- Melhorias na Central de Reciclagem devem dobrar resíduos reciclados
A declaração foi feita na sexta, dia 20, durante a inauguração do novo refeitório, vestiário e esteira de triagem da Central de Reciclagem da Roselândia. As novas instalações permitirão o aumento no número de trabalhadores, o que resultará, segundo Vera, em mais material reciclado. “Quando fizemos a intervenção em 2010, nós tínhamos 37 toneladas recicladas. Hoje, nós temos 160 toneladas. A nossa expectativa é de atingir quase 300 toneladas, uma vez que nós vamos praticamente dobrar o número de trabalhadores”, avaliou.
O CataVida é o Programa Municipal de Gestão Social de Resíduos. Ele abrange capacitação dos trabalhadores, conscientização da comunidade e a coleta seletiva propriamente dita, de acordo com Vera Rambo. Os trabalhadores são vinculados à cooperativa Colabore, que retirou os catadores da informalidade.
“Lixo é dinheiro. Não pode ser descartado de qualquer jeito”, disse o presidente do Legislativo, Gilberto Koch – Betinho (PT), no ato que marcou a inauguração. Em seu discurso, o parlamentar destacou as melhorias nas condições de trabalho dos cooperativados. Betinho lembrou que a Câmara Municipal sempre voltou sua atenção ao problema da coleta e reciclagem de resíduos, mencionando que por diversas vezes a Comissão de Meio Ambiente denunciou as condições de trabalho desumanas as quais os catadores estavam submetidos no passado. Segundo ele, o parlamento hamburguense ao longo de sua história apreciou uma série de projetos de lei sobre o tema. Citou que em 2007/2008 apresentou emenda ao Orçamento para construção de refeitório e vestiários na Central de Reciclagem.
Além de Betinho, acompanharam a solenidade os integrantes da Comissão de Meio Ambiente, Matias Martins (PT), presidente, e Luiz Carlos Schenlrte (PMDB), secretário, e a vereadora Carmen Ries (PT), relatora da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Defesa do Consumidor. Todos os parlamentares elogiaram a iniciativa, lembrando as condições difíceis de trabalho que os catadores tinham no passado.
O prefeito Tarcísio Zimmermann agradeceu a presença dos parlamentares e disse estar satisfeito com a parceria com a Colabore. Lembrou que mesmo com a melhoria nas condições de trabalho, viver do lixo não é uma tarefa fácil. Mencionou a parceria com o Banco do Brasil, representado na solenidade por Rafael Kern. O prefeito elencou os três gastos que estão vinculados à gestão de resíduos: despesas com coleta, transporte e armazenamento. Conforme Tarcísio, ao se investir na Central de Reciclagem, o dinheiro em vez de ser pago para o envio e manutenção do lixo em Minas do Leão, está sendo pago à cooperativa pelo serviço de reciclagem, dando uma oportunidade de trabalho aos cooperativados.
A secretária de
Desenvolvimento Social, Jurema Guterres, relatou que o programa de
Gestão Social de Resíduos Sólidos foi um projeto elaborado a
muitas mãos. Em seu pronunciamento, fez um apelo à população
para que separe o lixo. O presidente da Colabore, Paulo
Ricardo Bohn, reiterou o pedido da secretária.
Ênio Brizola falou em nome do núcleo gestor do CataVida. Disse que se sente emocionado porque se recorda como eram as condições da Central de Reciclagem no passado.
Comissões do Legislativo
Matias Martins, presidente da Comissão de Meio Ambiente, mencionou que Novo Hamburgo conta hoje com o aterro sanitário e a cooperativa, que permite que os catadores tenham seus direitos trabalhistas e sociais respeitados. A Comissão de Meio Ambiente continuará com uma postura participativa. “Nós temos uma legislação federal que determina que os municípios são responsáveis pela questão do resíduo sólido até 2012. No ano passado, a Câmara aprovou projeto de lei que permite que a Prefeitura faça um estudo de viabilidade e implante o sistema de incineração”, relatou Matias.
Carmen Ries declarou ter ficado surpresa com a Central de Reciclagem. “O CataVida permite que os trabalhadores tenham uma renda melhor e uma vida com mais qualidade”, afirmou. Ela também disse que é necessária a conscientização da comunidade sobre a importância da separação do lixo seco.
O vereador Carlinhos afirmou que a Comissão de Meio Ambiente ficou feliz e satisfeita em ver o trabalho realizado na Central de Reciclagem. “Quem acompanhou a situação desses trabalhadores percebe a evolução”, acrescentando que há alguns anos os catadores estavam submetidos a péssimas condições de trabalho. “As pessoas não tinham um local para se alimentar, comendo junto ao lixo. Não usavam luvas e materiais de segurança adequados”, afirmou. Segundo o parlamentar, os catadores comentaram que estão ganhando cerca de dois salários mínimos. No passado, eles recebiam cerca de R$ 200 para trabalhar um mês inteiro.
Música
Ao término da solenidade, munidos de dois violões, os catadores cantaram a música Céu, sol, sul, terra e cor. O grupo terá um coral, regido pelo maestro Marcos Gröff. Para marcar a inauguração do refeitório, os trabalhadores tiveram um cardápio especial: churrasco e galeto.